Catalão: Adib Elias e aliados buscam filiação ao MDB ou UB
Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 12:14 | Atualizado há 1 ano
Prefeito de Catalão por quatro vezes, incluindo duas reeleições, o médico Adib Elias, 72 anos, atua para conquistar nova vitória em sua cidade, ao apoiar um candidato (ainda a ser escolhido) de seu grupo político para o embate eleitoral de deste ano. Catalão tem 110 mil 982 habitantes e conta com sódio polo industrial na área de montadora de automóveis.
Adib Elias foi reeleito prefeito, pelo Podemos, em 2020, com 57,62% dos votos. Foram 28.984 votos no total. O candidato derrotou Elder Galdino, do MDB, que ficou em segundo lugar com 28,54% (14.356 votos).
Sem partido desde que se elegeu, Adib Elias vai definir, esta semana, em audiências, com o vice-governador Daniel Vilela (presidente estadual do MDB) e o governador Ronaldo Caiado (presidente estadual do União Brasil), o futuro partidário e de seus seguidores.
Desde o ano passado, o prefeito catalano manifestou interesse em voltar ao MDB, partido que já foi eleito três vezes prefeito e presidente do diretório estadual. Disputou, também, pelo partido, as prévias contra Maguito Vilela na escolha do candidato a governador, em 2006.
Adib Elias esteve várias vezes, em Catalão e em Goiânia, com Daniel Vilela para discutir a sua volta ao MDB, mas as conversas não evoluíram em razão de dificuldades locais – o partido é controlado na cidade pelo empresário Elder Galdino, que pretende concorrer, pela segunda vez, à prefeitura.
A conversa om Daniel Vilela deverá ocorrer nesta terça-feira (23) e com Ronaldo Caiado na quinta-feira (25), segundo pessoas próximas do prefeito Adib Elias.
Força política
O líder político da região Sudeste foi coordenador-geral da campanha de Ronaldo Caiado ao governo de Goiás em 2018, o que facilita a sua filiação ao União Brasil, em razão da proximidade política com o chefe do executivo estadual.
Adib Elias vem a Goiânia com força política, pois estará acompanhado de prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos e pré-candidatos ao executivo e ao legislativo de todos os municípios a chamada região da antiga Estrada de Ferro (Sudeste).
Outro trunfo político: as lideranças políticas da região Sudeste querem Adib Elias como candidato a vice-governador ou a senador nas eleições de 2026. “Adib tem história, prestígio, voto e liderança política. Além de serviços prestados a Goiás como deputado estadual e prefeito por quatro vezes de Catalão”, destaca o agropecuarista e ex-deputado federal Haley Margon Vaz. “Adib é um líder político nato, tez muito por Goiás e mudou a história político-administrativa de Catalão. Tem o nosso apoio para o cargo que quiser disputar”, diz o também médico e deputado estadual Jamiel Calife (Progressistas).
Disputa em Catalão
Adib Elias diz que, no momento certo – as convenções partidárias iniciam-se em 20 de julho – irá definir o nome do candidato que irá apoiar às eleições deste ano em Catalão, após consultar as lideranças políticas de seu grupo, incluindo vereadores e dirigentes partidários que farão parte da aliança e coligação.
O prefeito admite que existem quatro nomes com possibilidade de ser escolhido candidato à prefeitura: engenheiro civil Luis Severo Gomides, secretário de Obras; vereador Cláudio Lima, líder do Prefeito na Câmara Municipal; ex-prefeito Velomar Rios, secretário de Saúde; e Nelson Fayad, secretário de Administração.
O deputado estadual Jamil Calife (PP) chegou a admitir entrar na disputa pela prefeitura, ano passado, mas logo depois anunciou que estaria fora do embate eleitoral deste ano em sua cidade. Calife tem se destacado na Assembleia Legislativa em defesa das pautas de saúde, educação e infraestrutura.
O deputado federal José Nelto (Progressistas) afirmou que Adib Elias é um dos políticos mais ”inteligentes e preparados” de Goiás e, por isso, está à altura de qualquer cargo que quiser concorrer. “Além de ser um administrador correto e íntegro, Adib é um companheiro leal”.
Oposição
A oposição à gestão de Adib Elias já se movimenta em Catalão visando o pleito deste ano. Mais uma vez, o médico e deputado estadual Gustavo Sebba, filho do médico, ex-prefeito e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba, deverá ser a aposta do PSDB do ex-governador Marconi Perillo.
O agropecuarista Elder Galdino (MDB) trabalha para ser novamente candidato a prefeito. Se perder o cojtrole do MDB para o grupo do prefeito Adib Elias, Galdino admite trocar de legenda.
O presidente do Sindicato Rural de Catalão, Renato Ribeiro, é a novidade no processo eleitoral da cidade, pois filiou-se ao PL para contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O economista Júlio Paschoal, filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Enio Paschoal, filiou-se ao PT e espera “suflar” na onda do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A esquerda deverá estar representada nas eleições por Ismael Calon, do PSOL, que integra a comunidade cigana da cidade.
Dúvidas do Vanderlan entre disputar prefeitura ou compor com PT de Lula
Ao admitir, novamente, desistir de concorrer e apoiar a pré-candidata Adriana Accorsi (PT) à Prefeitura de Goiânia, este ano, com o compromisso de reciprocidade do partido a eventual candidatura dele ao governo, ou à reeleição em 2026, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) spassa a impressão de estar bastante confuso em relação aos seus próximos passos na política.
Iniciado na atividade em 2004, ao se eleger prefeito de Senador Canedo, o senador ainda contribui para baixar o astral dos seus seguidores, com esse tipo de posicionamento precoce. Era de se esperar que essa aliança viesse a ocorrer no 2º turno, caso ele seja candidato e não se classificar para a fase final da eleição.
É natural que o senador possa estar antevendo o grau de dificuldades que terá de enfrentar na campanha em Goiânia, na hipótese de confirmação da sua candidatura na capital. A principal dificuldade deverá ser a de encontrar partidos para estruturar uma aliança com musculatura suficiente que lhe garanta tempo para a propaganda eleitoral na TV e no rádio. Além de ajudá-lo na mobilização de rua na busca do voto.
Some-se isso a pequena fração do bolo dos recursos a que terá direito nos recursos do Fundo Eleitoral (fundão), destinados ao financiamento das campanhas. Até que talvez este último item não seja um grande problema para o senador, tendo em vista tratar se de um empresário de muitas posses.
O senador Vanderlan foi eleito na coligação com o MDB, em 2018. Mas em 2026 ele não terá mais o apoio do partido do vice-governador, Daniel Vilela, que é o candidato natural à sucessão do governador. Sem apoio do MDB e União Brasil, na corrida eleitoral de 2026, Vanderlan deverá ter a mesma dificuldade numa eventual disputa para cargo majoritário (senador ou governador). Uma eventual aliança com o PT do presidente Lula poderá dar peso ao seu projeto. Entretanto, não se deve perder de vista as dificuldades eleitorais do Partido dos Trabalhadores em Goiás.