Política

Dinheiro lavado a jato

Diário da Manhã

Publicado em 22 de junho de 2016 às 03:37 | Atualizado há 4 meses

A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Turbulência, destinada a investigar suposto esquema de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa envolvendo empresários e operadores financeiros em Pernambuco e Goiás. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e condução coercitiva, além de busca e apreensão, na Região Metropolitana de Recife, Goiânia e Aparecida de Goiânia.

As investigações começaram logo após a queda do jato Cessna Citation PR-AFA em agosto de 2014 com o então candidato à presidência da República Eduardo Campos, do PSB. A aeronave caiu na Base Aérea de Santos, São Paulo, e a perícia indicou falha dos pilotos na operação. Campos, que fora ministro do governo Lula e governador de Pernambuco por dois mandatos seguidos, estava em quarto lugar na disputa eleitoral.

Nas primeiras horas do dia, equipes de policiais federais prenderam os empresários João Carlos Lyra de Melo Pessoa Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira, que eram os donos da aeronave acidentada em Santos com Eduardo Campos. O jato particular estava alugado para uma empresa que prestava assessoria para a campanha do Partido Socialista Brasileiro naquela ocasião.

Na Operação Lava Jato, a empresa Câmara & Vasconcelos Locação, que comprara e locara o Cessna Citatio, foi citada pelo doleiro Alberto Youssef como sendo recebedora de R$ 18,8 milhões da construtora OAS por locação de veículos e equipamentos nas obras de transposição do rio São Francisco. As investigações indicaram que o dinheiro pode ter sido utilizado de forma fraudulenta para comprar a aeronave locada para o PSB, além de cobrir outras despesas da campanha socialista.

A empresa, o repasse do dinheiro e a campanha de Campos já constavam também de outra investigação que tramita no Supremo Tribunal Federal e que tem como alvo o senador e ex-ministro Fernando Bezerra Coelho. Após o acidente com Eduardo Campos, a Polícia Federal cruzou dados das empresas envolvidas e já fazia, naquela época, a ligação com as citações feitas pelo doleiro Alberto Youssef, que colaborou com a PF para desbaratar o esquema de propinas na Petrobras e outras fontes oficiais.

Além das prisões e conduções coercitivas, os policiais federais efetuaram a apreensão de um avião e dois helicópteros que estavam em poder dos envolvidos. Em Goiás, foram cumpridos mandados de condução coercitiva e os detidos foram levados para Recife. Entretanto, a Polícia Federal não divulgou o nome dos envolvidos.

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