Política

Doria se desfilia do PSDB após 22 anos de militância

Redação

Publicado em 20 de outubro de 2022 às 14:56 | Atualizado há 3 anos

“Após 22 anos da
filiação ao PSDB e seis anos de uma dedicada e intensa trajetória como prefeito
de São Paulo e governador do Estado, comunico que formalizei junto ao diretório
estadual do PSDB o meu desligamento do partido. Inspirado pelas ideias e
virtudes de nomes como Franco Montoro, José Serra, Mário Covas e Fernando
Henrique Cardoso, busquei cumprir uma missão política e partidária pautada na
excelência da gestão pública, num Estado menor e em favor de uma sociedade mais
justa e menos desigual”, disse.

Doria também relembrou
as prévias do partido que venceu – a primeira em 2016, quando disputou a
prefeitura da cidade de São Paulo, em 2018, na corrida pelo governo, e em 2021,
quando foi o escolhido pela sigla para disputar o Palácio do Planalto. “Não
cedi a pressões e me mantive firme na defesa dos valores sociais e democráticos
que aprendi com meu pai, um político cassado e exilado pela ditadura militar em
1964″, afirmou. “Venci todas as eleições das quais participei. Por três vezes
fui eleito em prévias partidárias pelo voto soberano da maioria dos filiados do
PSDB. Fui eleito no primeiro turno para Prefeito da capital paulista, em 2016.
E em 2018 venci a eleição para o governo de São Paulo. Sou e sempre serei um
homem que se pauta pelo equilíbrio, diálogo, consenso e gratidão”, completou.

Trajetória

Em maio, pressionado por
integrantes do próprio partido e pelo fraco desempenho nas pesquisas de
intenção de voto, Doria se viu obrigado a desistir de sua pré-candidatura à
Presidência da República, abrindo caminho para que os tucanos apoiassem a senadora Simone Tebet (MDB).
O PSDB selou uma federação com o Cidadania e com o MDB, e Doria chegou a
disputar internamente, no grupo de aliados, o direito de representar a
coligação.

“Com o coração ferido e
a alma leve”, ele admitiu que não era “a
escolha da cúpula do PSDB”. “Sempre
busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário à minha
vontade”, disse, emocionado.

Com índices de rejeição
maiores que os de Tebet, ele perdeu a queda de braço e acabou ficando de fora
também do governo, uma vez que renunciou ao posto para tentar a Presidência. O
então vice-governador, Rodrigo Garcia, assumiu o
cargo e fracassou na tentativa de obter a reeleição, ficando de fora do segundo
turno. Foi Doria quem negociou a saída de Garcia do ex-DEM (hoje União Brasil)
e sua filiação ao PSDB.

Pouco após a
desistência, em julho, Doria anunciou a sua volta ao
setor privado e afirmou, na
época, que permaneceria filiado ao PSDB. O tucano disse a jornalistas que havia
recebido um “honroso convite” para integrar o Conselho do Grupo de Líderes
Empresariais (Lide), entidade fundada por ele e hoje presidida por seu filho,
João Doria Neto.

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