Igualdade política ainda está distante
Diário da Manhã
Publicado em 28 de fevereiro de 2022 às 13:32 | Atualizado há 4 meses

Com a lei aprovada, várias eleitoras compareceram às eleições de 5 de abril de 1928, no estado. Porém, seus votos não foram aceitos pela Comissão de Poderes do Senado. Porém, a chama da igualdade aflorou por aquelas bandas e Alzira Soriano, se tornou primeira mulher eleita para um cargo público da história: foi prefeita de Lajes, no Rio Grande do Norte, assumindo o cargo em 1929, três anos antes de ser aprovado o código eleitoral.
Em Goiás
Em Goiás, 22 anos depois, em 1951, Berenice Artiaga foi a primeira mulher goiana a se eleger deputada estadual. No entanto, para que isso acontecesse foi necessário uma tragédia causada pelo acirramento político local, que resultou no assassinato do marido dela, Getulino Artiaga (PSD) e companheiro político de Pedro Ludovico Teixeira, para que ela fosse indicada para a vaga. Integrantes do UDN foram acusados pelos crimes.
Em ambiente mais tranquilo, na legislatura de 1954 a 1958, Goiás elegeu a segunda deputada: Almerinda Magalhães Arantes, reeleita por mais dois mandatos. A terceira mulher eleita deputada estadual do Estado foi Ana Braga de Queiroz, em 1959. Ela foi ainda a primeira mulher a chegar à Câmara Municipal de Goiânia em 1947, aos 24 anos de idade. Foi prefeita também de Porangatu.
Mulheres são minoria nas funções eletivas dos governos
Vale lembrar também que há baixa representatividade em funções não eletivas, como ministérios, secretarias estaduais e municipais, além de cargos de segundo escalões.
Dos 23 ministros do presidente Jair Bolsonaro, há apenas três mulheres: Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Tereza Cristina (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Dos 23 cargos no primeiro escalão do governo Ronaldo Caiado, cinco são mulheres: Andrea Vulcanis (Meio Ambiente), Cristiane Schmidt (Economia), Fátima Gavioli (Educação), Juliana Prudente (Procuradora-Geral do Estado) e Gracinha Caiado, primeira-dama e presidente da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e Adryanna Caiado (Diretoria-Geral da OVG). Já integraram o secretariado: Lúcia Vânia (Desenvolvimento Social e Valéria Torres (Comunicação) e Vanuza Valadares (Ceasa).
De um total de 87.251 servidores ativos do Estado de Goiás, 53% são mulheres, sendo 71% das profissionais com curso superior. Elas ocupam 663 postos de chefia e direção em todos os níveis do governo.
Voto feminino: tudo começou em 24 de fevereiro de 1932
Como se sabe, a luta por maior participação feminina em todo processo eleitoral, é antiga. O voto feminino só foi instituído no Brasil no dia 24 de fevereiro de 1932. O primeiro Código Eleitoral assinado por Getúlio Vargas estabelecia no artigo 2º: “É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma deste Código”.
Somente dois anos depois, em 1934, esse direito foi reconhecido pela Constituição Federal. No entanto, era restrito às mulheres que exerciam função pública remunerada. O voto foi garantido a todas as mulheres apenas na Constituição de 1946.
Mas antes disso, um dos estados precursores das mulheres na política foi o Rio Grande do Norte. Já em 1927, o estado havia aprovado uma lei que permitia o voto das mulheres. Assim, a professora potiguar Celina Guimarães Vianna foi a primeira mulher a votar no Brasil.

Com a lei aprovada, várias eleitoras compareceram às eleições de 5 de abril de 1928, no estado. Porém, seus votos não foram aceitos pela Comissão de Poderes do Senado. Porém, a chama da igualdade aflorou por aquelas bandas e Alzira Soriano, se tornou primeira mulher eleita para um cargo público da história: foi prefeita de Lajes, no Rio Grande do Norte, assumindo o cargo em 1929, três anos antes de ser aprovado o código eleitoral.
Em Goiás
Em Goiás, 22 anos depois, em 1951, Berenice Artiaga foi a primeira mulher goiana a se eleger deputada estadual. No entanto, para que isso acontecesse foi necessário uma tragédia causada pelo acirramento político local, que resultou no assassinato do marido dela, Getulino Artiaga (PSD) e companheiro político de Pedro Ludovico Teixeira, para que ela fosse indicada para a vaga. Integrantes do UDN foram acusados pelos crimes.
Em ambiente mais tranquilo, na legislatura de 1954 a 1958, Goiás elegeu a segunda deputada: Almerinda Magalhães Arantes, reeleita por mais dois mandatos. A terceira mulher eleita deputada estadual do Estado foi Ana Braga de Queiroz, em 1959. Ela foi ainda a primeira mulher a chegar à Câmara Municipal de Goiânia em 1947, aos 24 anos de idade. Foi prefeita também de Porangatu.
Mulheres são minoria nas funções eletivas dos governos
Vale lembrar também que há baixa representatividade em funções não eletivas, como ministérios, secretarias estaduais e municipais, além de cargos de segundo escalões.
Dos 23 ministros do presidente Jair Bolsonaro, há apenas três mulheres: Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Tereza Cristina (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Dos 23 cargos no primeiro escalão do governo Ronaldo Caiado, cinco são mulheres: Andrea Vulcanis (Meio Ambiente), Cristiane Schmidt (Economia), Fátima Gavioli (Educação), Juliana Prudente (Procuradora-Geral do Estado) e Gracinha Caiado, primeira-dama e presidente da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e Adryanna Caiado (Diretoria-Geral da OVG). Já integraram o secretariado: Lúcia Vânia (Desenvolvimento Social e Valéria Torres (Comunicação) e Vanuza Valadares (Ceasa).
De um total de 87.251 servidores ativos do Estado de Goiás, 53% são mulheres, sendo 71% das profissionais com curso superior. Elas ocupam 663 postos de chefia e direção em todos os níveis do governo.
Na última quinta-feira (24) de fevereiro completou-se 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil. De lá até aqui, muita coisa mudou: as mulheres representaram a maioria dos eleitores do Brasil: 52,50% nas eleições de 2020, segundo o Tribunal Superior Eeleitoral (TSE). Mas ainda não é possível falar em igualdade política enquanto apenas 15% dos parlamentares no Congresso Nacional são mulheres.
No restante do continente, essa taxa – também baixa – é de 31%. De acordo com dados de uma organização que reúne os parlamentos dos países ligados à ONU, o Brasil ocupa a posição 142 no ranking de mulheres no Congresso Nacional. Países onde as mulheres, historicamente, têm os direitos limitados, como Arábia Saudita, já ocupam posições melhores que Brasil na representatividade feminina na política.
Em Goiás
Entre os representantes de Goiás a discrepância é notável. Os três senadores atuais são homens. Dos 17 deputados federais, apenas duas são mulheres: Flávia Morais (PDT) e Magda Mofatto (PL). E, entre os 41 deputados estaduais, apenas duas são mulheres: Adriana Accorsi (PT) e Lêda Borges (PSDB).
Vale enfatizar que, ao todo, o parlamento goiano chegou a ter apenas oito deputadas, na legislatura entre 2007 e 2010 (Onaide Santillo, Vanuza Valadares, Dária Alves, Laudeni Lemes, Sônia Chaves, Nelci Spadoni, Rose Cruvinel, Cleusita de Assis).
E quando o assunto são cidades goianas, a situação continua desigual: dos 246 municípios, apenas 33 elegeram mulheres como prefeitas em 2020.
Dos 35 vereadores de Goiânia, apenas cinco são mulheres: Luciula do Recanto (PSD), Sabrina Garcêz (PSD), Gabriela Rodart (DC), Léia Klébia (PSC) e Aava Santiago (PSDB).
Em Aparecida de Goiânia, apenas duas mulheres se elegeram: Valéria Pettersen (MDB) e Camila Rosa (PSD). E, em Anápolis, dos 23 vereadores, apenas cinco são mulheres: Andreia Rezende (SD), Thaís Souza (PP), Seliane da SOS (MDB), Trícia Barreto (MDB) e Cleide Hilário (Republicanos).
Cotas
Em entrevista ao jornal Estado de Minas, a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marlise Matos explicou que no Brasil, os números desapontadores das mulheres na política não revelam falta de interesse e sim exclusão política. “Enquanto a maioria dos países está discutindo equidade de gênero, nós ainda estamos lutando para execução de cotas”, disse.
Na mesma entrevista, a professora explica que a Legislação deu um grande passo em 2009, com a aprovação da Lei n° 12.034. A lei tornou obrigatório que cada partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Porém, ela destaca certa falta de empenho dos líderes dos partidos.
“É comum ouvir de dirigentes ‘eu reservei a cota, mas as mulheres não vêm’. Isso é jogo cênico. Há falta de apoio nos partidos, que vão desde atraso no repasse de financiamento para campanha até silenciamento de candidatas”, analisa.
Lúcia Vânia
A jornalista Lúcia Vânia também possui uma trajetória de quebra de paradigmas. Foi primeira-dama do Estado, elegeu-se cinco vezes para a Câmara Federal e conquistou dois mandatos consecutivos para o Senado da República. Ocupou também a secretaria nacional de Assistência Social do governo Fernando Henrique Cardoso. Em Goiás, ela foi secretária de Desenvolvimento Social do governo Ronaldo Caiado.
Voto feminino: tudo começou em 24 de fevereiro de 1932
Como se sabe, a luta por maior participação feminina em todo processo eleitoral, é antiga. O voto feminino só foi instituído no Brasil no dia 24 de fevereiro de 1932. O primeiro Código Eleitoral assinado por Getúlio Vargas estabelecia no artigo 2º: “É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma deste Código”.
Somente dois anos depois, em 1934, esse direito foi reconhecido pela Constituição Federal. No entanto, era restrito às mulheres que exerciam função pública remunerada. O voto foi garantido a todas as mulheres apenas na Constituição de 1946.
Mas antes disso, um dos estados precursores das mulheres na política foi o Rio Grande do Norte. Já em 1927, o estado havia aprovado uma lei que permitia o voto das mulheres. Assim, a professora potiguar Celina Guimarães Vianna foi a primeira mulher a votar no Brasil.

Com a lei aprovada, várias eleitoras compareceram às eleições de 5 de abril de 1928, no estado. Porém, seus votos não foram aceitos pela Comissão de Poderes do Senado. Porém, a chama da igualdade aflorou por aquelas bandas e Alzira Soriano, se tornou primeira mulher eleita para um cargo público da história: foi prefeita de Lajes, no Rio Grande do Norte, assumindo o cargo em 1929, três anos antes de ser aprovado o código eleitoral.
Em Goiás
Em Goiás, 22 anos depois, em 1951, Berenice Artiaga foi a primeira mulher goiana a se eleger deputada estadual. No entanto, para que isso acontecesse foi necessário uma tragédia causada pelo acirramento político local, que resultou no assassinato do marido dela, Getulino Artiaga (PSD) e companheiro político de Pedro Ludovico Teixeira, para que ela fosse indicada para a vaga. Integrantes do UDN foram acusados pelos crimes.
Em ambiente mais tranquilo, na legislatura de 1954 a 1958, Goiás elegeu a segunda deputada: Almerinda Magalhães Arantes, reeleita por mais dois mandatos. A terceira mulher eleita deputada estadual do Estado foi Ana Braga de Queiroz, em 1959. Ela foi ainda a primeira mulher a chegar à Câmara Municipal de Goiânia em 1947, aos 24 anos de idade. Foi prefeita também de Porangatu.
Mulheres são minoria nas funções eletivas dos governos
Vale lembrar também que há baixa representatividade em funções não eletivas, como ministérios, secretarias estaduais e municipais, além de cargos de segundo escalões.
Dos 23 ministros do presidente Jair Bolsonaro, há apenas três mulheres: Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Tereza Cristina (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Dos 23 cargos no primeiro escalão do governo Ronaldo Caiado, cinco são mulheres: Andrea Vulcanis (Meio Ambiente), Cristiane Schmidt (Economia), Fátima Gavioli (Educação), Juliana Prudente (Procuradora-Geral do Estado) e Gracinha Caiado, primeira-dama e presidente da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e Adryanna Caiado (Diretoria-Geral da OVG). Já integraram o secretariado: Lúcia Vânia (Desenvolvimento Social e Valéria Torres (Comunicação) e Vanuza Valadares (Ceasa).
De um total de 87.251 servidores ativos do Estado de Goiás, 53% são mulheres, sendo 71% das profissionais com curso superior. Elas ocupam 663 postos de chefia e direção em todos os níveis do governo.