Política

Lula e Boric criticam ‘Guerra Fria’ EUA-China e debatem minérios

Redação DM

Publicado em 22 de abril de 2025 às 20:10 | Atualizado há 10 horas

  • O presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Chile, Gabriel Boric, criticaram o que veem como uma “nova Guerra Fria” entre Estados Unidos e China, gerada pelos tarifaços implementados por Donald Trump nas últimas semanas e pelas reações de Pequim.
    Boric faz visita oficial ao Brasil nesta terça-feira (22) e cumpre agendas em Brasília com Lula.
    Após reuniões com o chileno e sua equipe no Palácio do Planalto, o presidente brasileiro criticou o atual governo dos EUA por uma escalada protecionista que seria contrária “a tudo que foi falado para nós desde os anos 80, à globalização e ao livre comércio”.
    “Todo mundo só falava em livre comércio e globalização e, de repente, nada disso vale a pena e o que vale a pena é o seguinte: é o protecionismo. Você não quer guerra fria e eu não quero guerra fria. Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China”, disse Lula.
    Embora em sua fala pública Boric tenha sido menos enfático do que Lula, dizendo que o Chile está contra uma guerra comercial e a “politização arbitrária do comércio”, na reunião privada o chileno também se referiu a uma “nova Guerra Fria”.
    De acordo com pessoas presentes, Boric usou, no encontro fechado, um exemplo das relações sindicais para se referir ao momento atual, em que o tarifaço de Trump obrigou diferentes países a abrirem negociações individuais com os EUA.
    Para Boric, a situação se assemelha a um empregado que negocia individualmente com seu empregador. “Não queremos que os maiores esmaguem os menores”, disse o presidente chileno a portas fechadas.
    Lula falou sobre o tema no Itamaraty, onde Boric foi recebido para um almoço.
    “Temos que fazer uma negociação, por mais difícil que seja”, declarou ele. “A gente não pode desistir de acreditar que somente o multilateralismo pode trazer um equilíbrio na relação comercial, na relação politica. A nós brasileiros não agrada essa disputa estabelecida pelo presidente Trump”.
    O presidente fez ainda uma referência à morte do papa. “Eu espero que com a morte do papa Francisco, isso possa representar algum sinal de que os seres humanos precisam mudar para melhor”.
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