Política

Repúdio à fala de Nikolas Ferreira pode render cassação de vereador mineiro

Gregory Rodrigues

Publicado em 20 de março de 2023 às 18:59 | Atualizado há 2 anos

O Presidente
da Câmara de Vereadores de Araújos (MG), Lucas Coelho (PSD/MG) pode ter seu
mandato cassado após emitir nota de repúdio contra as falas consideradas transfóbicas
proferidas pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG) no dia 08 de março, Dia
Internacional da Mulher.

“Hoje me sinto mulher,
deputada Nikole, e tenho algo muito interessante para falar. As mulheres estão
perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”
disparou Nikolas.

Na nota publicada, Coelho,
classifica o discurso do deputado como “clara ofensa direta às deputadas
trans, além de serem consideradas um discurso de ódio declarado” e reitera
que ele tem a intenção de “criar mídia”

“Além disso, a intensão
de criar mídia através de deboches é um comportamento que não condiz com o
decoro parlamentar. É lamentável que um Deputado eleito pelo povo se utilize de
tais artifícios para se promover”

Por fim, a nota ainda
reforça que Nikolas faz uso de seu mandato para promover LGBTIfobia. Leia a
nota na íntegra aqui.

A denúncia
de Infração Político-Administrativa foi protocolada pelo também vereador da
cidade, João Roberto (PTB/MG). Em sua argumentação para justificar sua atitude,
Roberto argumenta que a famigerada nota de repúdio deveria ter passado pelo
Crivo da maioria do parlamento municipal antes de ter sido publicada nos canais
oficiais do órgão legislativo.

Para o
autor da denúncia, a atitude do presidente da câmara feriu o regimento interno da
casa legislativa municipal: “Os demais vereadores de Araújos foram surpreendidos com a
menção de que a nota representaria a Casa Legislativa, tendo em vista que não
houve qualquer contato ou deliberação do presidente, autor da postagem, com os
demais representantes do povo araujense e em conformidade com o Regimento
Interno”

O Regimento
interno regulamenta que as “moções”, sejam de “regozijo, congratulação, pesar ou
protesto”, e caso envolvam “aspecto político, necessitam de aprovação por pelo
menos um terço dos membros da Casa.

A admissibilidade da
denúncia será votada nesta segunda feira 20 de março, sendo necessário que a
maioria presente vote favoravelmente para que seja aceita.

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