Em uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, aproximadamente 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos estão contaminados com o papilomavírus humano (HPV), segundo dados divulgados nesta semana.
Ao total, foram entrevistados cerca de 7.586 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), mas só 2.669 passaram por testes para detectar a presença do vírus. Do total de casos confirmados, aproximadamente 38% das pessoas registraram um dos tipos mais perigosos de HPV, capaz de causar câncer. Quase a metade dos entrevistados declaram que estão em uma união estável: 41,9% disseram estar namorando e 33,1% casados ou morando com o companheiro. Já a idade média do início da vida sexualmente ativa, variou de 15,3 anos para mulheres e 15 anos para os homens. As capitais que registraram maior incidência do HPV foram: Salvador (71,9%), Palmas (61,8%) e Cuiabá (61,5%), já a capital com menos incidência foi Recife com 41,2%.
Devido ao caráter silencioso da doença, a maioria dos portadores não faz nem ideia do que carrega o virus dentro do corpo. Somente 5% dos contaminados costumam sofrer efeitos diretos da ação do vírus, apresentando a formação de verrugas na região genital, boca e garganta. Ocasionalmente, as alterações são internas, como as lesões no colo do útero nas mulheres, detectáveis apenas em exames de laboratoriais.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existe cerca de 150 tipos de HPV diferentes. Das 13 variedades de HPV consideradas oncogênicas (causadoras de tumor), os tipos 16 e 18 são os mais comuns, estima-se que estejam presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. A ocorrência desse tipo de câncer é de cerca de 500 mil casos todos ano.
A forma mais eficaz de prevenção é a contra o HPV, disponibilizada pelo SUS no Brasil desde 2014. Capaz de proteger contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, ela pode diminuir em até 98% a incidência de verrugas e outras doenças. O foco do oferecimento são as meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 13, além de portadores de HIV. Na rede privada, porém, pessoas de outras faixas etárias também podem ser vacinadas.
Com informações da Superinteressante
Foto: Renan Viana / ASCOM – UEPA