Polícia Federal revelou esquema de fraudes feitas por médicos e empresas em Palmas (TO). Através de grampos telefônicos a polícia descobriu que os envolvidos desviavam dinheiro do SUS e de outros planos de saúde.
Além de fraudar licitações, favorecendo as empresas que pagavam propinas. Os médicos também realizavam cirurgias sem real necessidade.
São 10 médicos suspeitos de receber R$ 4,3 milhões em propina.
A investigação também descobriu que os médicos tiravam equipamentos dos hospitais públicos para levar para clínicas particulares.
A imagem abaixo traz a transcrição de uma conversa entre dois médicos. O assunto é o empréstimo de equipamentos e eles até citam que um dos que foi "emprestado" estragou.
O juiz responsável pela investigação, João Paulo Abe, disse que os diálogos chocavam "pela absoluta irrelevância da vida humana e pela evidente mercantilização da saúde".
A investigação foi nomeada como Operação Marcapasso e já cumpriu com 137 mandados judiciais.
Cirurgia desnecessária
Um dos médicos investigados, Ibsen Trindade, manda cozinhar um dos pacientes, em relação a uma cirurgia de cateterismo. Em seguida conclui dizendo "se o cara tem dinheiro faz-se cateterismo... Manda dar uma cozinhada para que a galinha dê os ovinhos que tem que dar..."
Além de realizar processos cirúrgicos levando em conta a condição financeira dos pacientes ao invés da saúde, o médico também é suspeito de usar a conta bancária da mãe de 89 anos para receber propina.