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A Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) divulgou dados preocupantes em relação ao número de crianças não vacinadas contra a poliomielite e o sarampo em sete cidades goianas. Segundo a pasta, nos municípios de Ouro Verde de Goiás, Abadiânia, Novo Planalto, Faina, Baliza, Moiporá e Portelândia, apenas 50% ou menos crianças foram imunizadas. O secretário da SES-GO, Leonardo Vilela, explica que a situação coloca toda a população em risco, uma vez que ambas as doenças são contagiosas e podem progredir para quadros graves de saúde.
Em entrevista à TV Anhanguera, Vilela afirma que "de 3, 4 anos para cá os responsáveis têm deixado de levar crianças para vacinar. Com isso, estão criando uma população desprotegida que pode, a qualquer momento, ver a reintrodução de vírus. As pessoas dessa geração não vivenciaram os casos graves [dessas doenças]; e hoje são uma ameaça à saúde da população”, explicou.
O secretário destaca que o baixo nível de vacinação exige ações de conscientização. Ele afirma que a SES-GO participará da campanha nacional de vacinação contra as doenças, prevista para ocorrer entre os dias 6 e 31 de agosto de 2018, com objetivo de imunizar 346.364 do total de 436.626 crianças em Goiás. Lembrando que além da campanha, os pais podem levar os filhos que têm mais de 1 ano e menos de 5 para vacinar nos postos de saúde mesmo fora desse período.
Dados divulgados pela pasta mostram que nos último dez anos a imunização da população contra essas doenças caíram em todo o estado. No caso da poliomielite, a cobertura caiu de 104,18% em 2008 para 57,75% em 2018. Já o sarampo teve índice de 108,94% passando para 68,2% no mesmo período.
Vilela acredita que a queda ocorreu por falta de consciência da população e poucas ações educativas das secretarias de saúde no país. “Quando erradicamos essas doenças, ou reduzimos a índices quase insignificantes, as pessoas perderam a noção da gravidade. Podemos ter retorno de um quadro de 40, 50 anos atrás”, alertou o secretário.
Doenças
De acordo com o Ministério da Saúde, a poliomielite, popularmente conhecida como "paralisia infantil", é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. A contaminação pode ocorrer por contato "fecal-oral", por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou ainda via oral por gotículas de secreções de pessoas contaminadas.
Já no caso do sarampo, cuja imunização é realizada através da vacina Tríplice Viral, o órgão explica que é uma doença "extremamente contagiosa", transmitida a partir do contato com secreções e pode levar a morte em alguns casos.