Em plena segunda-feira, Luíza levantou da cama às 6:45 da manhã, arrumou a cama e o quarto, deu uma última olhada nas redes sociais, viu que o resultado do vestibular não foi o esperado, desligou o celular, escreveu alguns bilhetes e foi em direção a sacada da casa onde morava. Ao meio dia, quando a mãe da jovem voltou para casa, ela viu algo estranho na entrada da garagem e logo correu para ver o que era. Pânico! Luíza estava fria, como se já não pertencesse a este mundo. Ela tinha cometido suicídio.
Assim como nossa personagem, atualmente, no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016, foram registrados 106.374 óbitos por suicídio. O Centro de Valorização da Vida (CVV) destacou que a cada 45 minutos uma pessoa comete suicídio no Brasil. Dados assustadores, mas isso pode infelizmente piorar, eu te garanto. De acordo com dados divulgados na última segunda-feira (9/9) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano, no mundo, 800 mil pessoas cometem suicídio, entre 2010 e 2016. Ou seja, chega a ser um suicídio a cada 40 segundos acontece em algum lugar do planeta, segundo o órgão.
Em Goiás, os registros são ainda mais preocupantes. Estatísticas do Corpo de Bombeiros de Goiás revelam que entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 669 casos de autoextermínio. Esse índice inclui os casos que terminaram em óbitos e os casos configurados apenas como tentativas de suicídio. Em relação ao ano passado, foi possível constatar um aumento de 28,9% das ocorrências de autoextermínio. Além disso, os números levantados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) revelam que em 2017, o último ano com dados definidos, ocorreu 497 mortes por suicídio em Goiás.
Métodos de suicídio
Ainda segundo a OMS, cerca de 20% dos suicídios globais são causados pelo envenenamento por pesticidas, a maioria dos quais ocorre em áreas agrícolas rurais em países de baixa e média renda. Outros métodos comuns de suicídio são enforcamentos e armas de fogo. Segundo o CVV , é necessário impedir que a pessoa doente consiga ter acesso aos meios para cometer suicídio, como, por exemplo, esconder armas, facas, cordas, deixar medicamentos em local que a pessoa não tenha acesso, de preferência trancados, e com alguém responsável em administrá-los.
O órgão enfatizou que ao fazer isso, as pessoas próximas aos indivíduos doentes devem deixar claro que essas medidas são temporárias, até que ele ou ela melhore o suficiente para reassumir o controle. A OMS aconselha que tenha uma regulamentação para a liberação de armas de fogo e pesticidas, visando assim, reduzir as taxas de suicídio.
Nas Américas a taxa de autoextermínio subiu
No relatório publicado um dia antes do Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, a OMS explicou ainda que a taxa global caiu 9,8%, com quedas que vão de 19,6% na região do Pacífico Ocidental a 4,2% na região do Sudeste Asiático. Em contrapartida, na região das Américas, onde o acesso a armas de fogo é um importante meio de suicídio, segundo a OMS, é a única que registrou um aumento 6%. O órgão pontuou que parte desse declínio da taxa global se deve ao fato de mais países terem estratégias de prevenção.
Prevenção
O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, uma vez que segundo a OMS, o suicídio é uma questão de saúde pública. No Brasil, a campanha foi criada em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). A proposta da campanha é estimular as pessoas que estão com problemas a procurar ajuda e divulgar as melhores formas de ajudar. Afinal, a campanha é em setembro, mas falar sobre prevenção do suicídio em todos os meses do ano é fundamental. Por isso, caso precise de ajuda, ligue 188.