Flávio da Fonseca, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e participante da força-tarefa criada pelo Ministério da Ciência declara que epidemia no Brasil é inevitável.
O virologista foi incluído no grupo de pesquisadores convocados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para contribuir na detecção e diagnóstico do Covid-19. Fonseca declarou que "a gente acompanha a evolução do vírus no mundo inteiro, e a capacidade de dispersão é muito elevada. Em outros países o vírus se espalhou de forma intensa. Não tem como pensar que no Brasil será diferente. Deve se alastrar rapidamente."
Corrida contra o tempo
O coronavírus se alastra mais rápido que a gripe sazonal. O ciclo reprodutivo da gripe comum é de 1,3, o que demonstra que cada indivíduo contaminado infecta 1,3 pessoas, em média. Esse número é usado para medir o potencial de uma epidemia. Na pandemia de H1N1 em 2009, a classificação do número reprodutivo do vírus era de 1,5. Esse vírus é um dos quatro que causam a gripe comum. Já o número reprodutivo do Covid-19 está entre 2 e 3, o que representa um potencial de contágio muito maior, anunciando que se medidas de contenção não forem tomadas, o coronavírus infectará mais vítimas que a gripe.
Pesquisadores do ministério temem pela sobrecarga no serviço público
O professor Flávio da Fonseca defende o diagnóstico sorológico, por haver uma maior demanda de laboratórios capacitados. Enquanto o teste molecular só é feito por três instituições públicas no Brasil atualmente: Adolfo Lutz (São Paulo), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro e Evandro Chagas (Pará). No diagnóstico sorológico é detectada a presença de anticorpo no corpo do indivíduo ou na proteína do vírus. As pesquisas continuam.
*Com informações do G1 e El País.