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Prefeitos dos municípios goianos não conseguem efetuar a compra de respirador para o tratamento de pacientes em situação grave de coronavírus. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes), 155 cidades goianas não têm os aparelhos respiratórios para alimentar os pulmões. Em outros 91 municípios, se encontram 1.335 aparelhos no Sistema Único de Saúde (SUS) e 380 em hospitais privados, totalizando 1.715 aparelhos.
Em 36 dos municípios que possuem respirador, há apenas um aparelho para a população ou de uma região. Somente em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis possuem mais de cem máquinas. Na capital goiana são 889 aparelhos, sendo 619 utilizados no SUS. Rio Verde tem 67 máquinas e Catalão 51.
Até a última quinta-feira (16), 43 municípios tinham casos confirmados da doença e entre eles, nove não possuem aparelhos necessários para tratar de casos graves. Em oito municípios tem somente um respirador. Em Santa Helena, encontra-se 27 aparelhos, no entanto, até a última quinta não há casos da doença.
O Estado divulgou uma proposta para comprar mais 350 respiradores que deverão ser destinados para cidades-polo em todas as regiões que recebem pacientes do entorno. O presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM) e prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves, afirma que as prefeituras dos interiores estão tentando se organizarem para o combate ao covid-19. Estão preparando uma estrutura para assim solicitarem os respiradores.
Neves alegou que ele tem feito uma reforma no sistema de saúde do município que administra para conseguir instalar o respirador que conseguiu. Segundo ele, os municípios que não possuem unidade hospitalar não adiantam fazer a solicitação dos respiradores, pois não terão onde instalar.
Além disso, o presidente da FGM afirmou que os municípios que não possuem unidade hospitalar, ficarão sem receber os aparelhos. Neves alega também que muitas prefeituras não conseguem comprar no momento devido ao aumento de preço e que muitos temem superfaturamento. Em outros casos, muitos também fecham negócios sem receber propostas, porque outros pagaram mais caro.
Goiás tem média de aparelho respirador abaixo do nacional
Comparando aos outros Estados e respiradores em uso no Brasil, segundo os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes), em Goiás há 24,42 aparelhos a cada 100 mil habitantes. Se considerar somente as máquinas do SUS, a média já cai para 19. No Brasil, a média é de 30,38, mas se observar somente os da rede pública a média cai para 27,7.
Em quantidade de aparelhos usados a cada 100 mil habitantes, Goiás encontra-se no 13º lugar com relação a outros estados brasileiros. No entanto, a posição vai para o 16º se levar em conta somente os aparelhos da rede pública. O melhor índice é no Distrito Federal que são 67,78 no geral e 32,7 na rede pública. Se os 350 aparelhos que estão em aquisição somassem, o índice chegaria a 24, passando a média nacional. O Estado ocuparia a nona posição com melhor capacidade de atendimento.
A necessidade de adquirir novas máquinas desse tipo, é descrita no Informe Técnico publicado pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB). O documento mostra que 52% dos 1.285 respiradores dos leitos SUS estavam na Região Central do Estado, mas todas as regiões possuíam apenas um aparelho. Segundo o estudo, quanto a proporção de dois leitos de UTI por um respirador, os padrões são atendidos.
Do início deste ano até o mês de abril, no geral, 41 aparelhos foram registrados em Goiás, mas a rede pública recebeu 50. Sendo assim, 9 da rede privada foram desativados. Segundo o IMB, o número de casos de covid-19 tende aumentar e, em seguida, a procura pelo SUS. Sendo assim, é necessário que ampliem o nível de atendimento. As ampliações precisam de equipe para operar a infraestrutura, leitos e equipamentos respiratórios/ventiladores hospitalares.
*Com informações do O Popular
