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Mais de 3 mil goianos não são testados para covid-19

Testes para o covid-19 não serão feitos em mais de três mil goianos que apresentares sintomas de síndrome gripal e que se encaixam no perfil da doença. Essas pessoas só serão testadas se o caso clínico piorar, se a cidade oferecer testes rápidos ou se procurar um laboratório particular, no entanto, estão sendo monitoradas pelas secretarias municipais de saúde.

Goiás é um dos estados que menos apresenta casos de covid-19, considerando o tamanho da população e os números divulgados pelas respectivas secretarias estaduais. Até o último domingo (26) de 2.799 testes aplicados do modelo padrão, o rt-PCR, 573 deram positivo para o vírus. Esses testes são encaminhados para análise no Laboratório Estadual de Saúde Pública de Goiás.

Mais de dois mil casos não foram testados em Goiânia, mas são monitorados pelo serviço de telemedicina em parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG). Até o momento, a capital apresenta 333 pessoas contaminadas pelo covid-19.

Até o último domingo (26), 433 pessoas estavam sendo monitoradas pela secretaria de saúde local em Anápolis. Até sábado (25), Luziânia apresentou mais de 104. E em Aparecida, até o dia 22, 552 suspeitos. Se essas pessoas manterem os sintomas mais leves não serão testadas e se oficialmente os casos forem de covid-19 não entrarão nas estatísticas oficiais. Até porque os sintomas da doença são iguais a de outras infecções comuns e só podem ser comprovados a partir dos testes.

A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) afirma que todas as pessoas que apresentarem graves sintomas de covid-19 (tosse, febre, dificuldade de respirar e dor de garganta) são testadas, assim como todas as internações por síndrome respiratória aguda grave (Srag).

São enviados toda semana para as 18 regiões 150 kits de coleta para síndromes-gripais não graves e mais 50 para os municípios considerados "unidades sentinelas" pela SES. Anápolis recebe dez kits semanais, Catalão e mais 17 municípios, além de Pirinópolis e mais oito cidades, recebem cinco por semana.

Monitoramento de casos suspeitos com covid-19

A responsável pelo apoio técnico do serviço de Telemedicina da SMS de Goiânia, Marta Maria Alves da Silva, afirma que a equipe liga para as pessoas monitoradas diariamente para saber da evolução dos sintomas. Caso o quadro continua leve, a pessoa segue em isolamento em casa, mas se a pessoa apresentar algum agravamento, é recomendado que procure um serviço de emergência.

Marta afirma ainda que há casos que seriam considerados suspeitos de covid-19, mas como não apresenta os quatro sintomas (tosse, febre, dificuldade de respirar e dor de garganta), não são cadastrados. No entanto, todos que apresentarem esses principais sintomas entram no radar de monitoramento do telemedicina.

A gerente de vigilância epidemiológica da SMS de Anápolis, Mirlene Garcia, afirma que o acompanhamento pode durar até 14 dias e a liberação acontece após o período que estiverem assintomáticos.

Já em Goianésia, o titular da SMS, Hisham Hamida, afirmou que não há casos graves de internação e todos os que apresentam sintomas de covid-19 são testados. A cidade conta com 14 pessoas monitoradas que se encaixam neste perfil, mas são consideradas suspeitas. O secretário alega que essas pessoas recebem recomendações para ficaram em isolamento em casa enquanto durar os sintomas.

Uma análise realizada pelo O Popular e todas as secretarias estaduais de saúde do estado, apontam que Goiás, até o dia 23 de abril, foi um dos estados que menos aplicou testes para o covid-19. No site da Controladoria Geral do Estado de Goiás (CGE), o estado teria aplicado 2.566 testes. Já pela SES-GO, a assessoria de comunicação apontou 2.720, o que mesmo assim mantém a posição do Estado.

A superintendente de vigilância em saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, explica a diferença em relação aos outros estados que fazem testes além do protocolizado pelo Ministério da Saúde. No entanto, ela defende que todos os casos graves são testados, bem como os pacientes internados.

Segundo a superintendente esse trabalho facilita no próximo monitoramento epidemiológico para rastrear o avanço do covid-19 que o governo estadual prepara em Goiás. Além disso, estão sendo avaliados os testes rápidos que houveram denúncias pela falta de credibilidade.

*Com informações do O Popular

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