Centenas de clínicas e hospitais privados de médio porte se preparam para demitir até 350 mil pessoas. Entre eles, estão enfermeiros, auxiliares de enfermagem, trabalhadores da administração e técnicos. Parte do prejuízo financeiro causado pela pandemia irá refletir sobre os trabalhadores da saúde.
Segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, desde o início da crise causada pela pandemia, cerca de 70% das cirurgias foram interrompidas no Brasil. Deste modo, aproximadamente 45 mil pessoas podem morrer por cânceres que não foram tratados nesse período.
Esta situação se deve em parte à recomendação da Agência Nacional de Saúde (ANS) para que usuários de planos de saúde adiassem consultas, exames e cirurgias que não fossem urgentes. O objetivo seria para evitar a contaminação por covid-19. Portanto, a sugestão foi revista no último dia 9 e a ANS voltou a recomendar a retomada dos procedimentos.
Prejuízo de R$ 18 bilhões em hospitais
A estimativa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (SindHosp), que coletou dados de federações hospitalares estaduais, é de que o prejuízo beira os R$ 18 bilhões. É o resultado de R$ 6 bilhões ao mês que os planos de saúde deixaram de repassar.
O médico e presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, afirmou que parte do prejuízo financeiro irá refletir sobre os trabalhadores da saúde. "Muitas instituições podem fechar. Mas calculamos que 10% da força de trabalho, em média, sejam cortados no país, cerca de 350 mil pessoas", explica.
Segundo Balestrin, os enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos e trabalhadores administrativos serão os mais prejudicados por serem profissionais liberais. "Hoje esses trabalhadores recebem palmas na televisão, mas depois da pandemia muitos perderão o emprego. Vão sobrar as palmadas", desabafa.
*Com informações do UOL