No dia 29 de setembro, é comemorado o Dia Mundial do Coração. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma enfermidade cardiovascular. Ainda segundo a entidade, de 2013 para cá, episódios de infarto entre adultos com até 30 anos subiram 13%. “Este aumento é reflexo, principalmente, de hábitos não saudáveis como tabagismo, estresse, colesterol alto, diabetes, obesidade e hipertensão, além de histórico familiar”, afirma o cardiologista Flávio Borges.
Segundo o especialista, ao contrário do que muitos pensam, o check up cardiológico é mandatório após os 35 anos e não apenas em idosos.
“Pacientes com diabetes, pressão alta e alterações no colesterol devem realizar consultas de rotina com o cardiologista logo no início da vida adulta, em torno dos 20 anos”, esclarece.
Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e integrante do corpo clínico do CRD – Medicina Diagnóstica, Flávio afirma que, pela avaliação clínica e alguns exames, doenças podem ser descobertas e o tratamento iniciado precocemente, antes de complicações acontecerem. Um grande exemplo, segundo o especialista, é o teste da esteira, que é simples e realizado rapidamente podendo diagnosticar problemas graves do coração como o infarto.
Aumento de mortes na pandemia
Durante a pandemia do coronavírus, as mortes por doenças cardiovasculares cresceram 31% no Brasil, de acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
“O medo de ir ao hospital neste tempo de enfrentamento à Covid-19, a pausa no tratamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, e a presença de fatores de risco impostos pela pandemia como estresse e tabagismo podem estar entre as principais causas destes números assustadores”, afirma o cardiologista.
Ainda que as pessoas estejam com medo de sair às ruas e irem às instituições de assistência à saúde, alguns sintomas não podem ser menosprezados. “Os sintomas de urgência cardiológica normalmente se apresentam com dor torácica em aperto – irradiando para mandíbula ou braço esquerdo. Além de falta de ar intensa relacionada a esforço físico”, lista Flávio Borges. Ele alerta que pacientes que fazem uso contínuo de medicamentos devem seguir realizando suas consultas periódicas normalmente.