A aeronave que iria para a Índia buscar as vacinas contra a Covid-19 vai agora levar oxigênio até Manaus. Deste modo, a medida foi divulgada pelos Ministérios da Saúde e Comunicação por meio de nota divulgada nesta sexta-feira (15). O voo em questão partiria de São Paulo para Mumbai. No entanto, precisou ser reprogramado enquanto questões diplomáticas eram resolvidas nos dois países.
Sendo assim, o Airbus A330neo da Azul seguiu de Recife até Campinas-SP, e de lá vai direto para Manaus com os cilindros de oxigênio. Deste modo, a aeronave levará sua capacidade máxima para esse tipo de carga.
"Nossa intenção é ajudar o Brasil e os brasileiros e não mediremos esforços para oferecer apoio logístico no transporte de matérias para o combate à COVID-19. Sendo assim, estamos prontos para voar à Índia e também para transportar o que for necessário dentro do Brasil no intuito de ajudar o país na atual situação”, diz John Rodgerson, presidente da Azul.
Forças Armadas em Manaus
Já as Forças Armadas transportaram na madrugada do dia 13 mais um lote de oxigênio hospitalar para Manaus. Os equipamentos atuarão na oxigenação de pacientes internados com Covid-19.
Deste modo, as Forças Armadas devem levar até a capital amazonense mais 386 cilindros de oxigênio com aviões Hércules (C-130). Sendo assim, o transporte teve início na sexta-feira (8), e deve terminar no domingo (17). O pedido foi feito pelo governador do Amazonas, Wilson Miranda (PSC) e atendido pelo Ministério da Defesa.
Colapso em Manaus
No entanto, médicos intensivistas de Manaus já haviam alertado sobre o colapso eminente que a capital viria a enfrentar. Deste modo, o médico coordenador da UTI do Hospital Getúlio Vargas, Anfremon Monteiro, ressaltou por meio de vídeo que o tratamento precoce com o "Kit Covid" não foi eficaz.
Fábio Gideão - Para quem ainda apoia esse desgoverno,... (facebook.com)
“Não é falta de tratamento precoce. É sacanagem com a gente que trabalha aqui, que trabalha sério e está tentando fazer alguma coisa. Em vez de ficar fazendo manobras evasivas, o governo tem que preparar o país para a segunda onda. Se preparem, porque ela é devastadora, ela é cruel e vai levar muita gente", ressaltou Anfremon.
Por meio de declaração, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que seria preciso enfrentar a pandemia de "peito aberto". Contudo, Bolsonaro falou também que o Brasil teria que deixar de ser um "país de maricas". Em meio a uma conversa com apoiadores em novembro de 2020, o presidente falou:
“Agora tem essa conversinha de segunda onda. Se tiver, tem que enfrentar. Se quebrar de vez, seremos um país de miseráveis. Tudo agora é pandemia. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer um dia... Não adianta fugir disso, da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas, pô", disse o presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Vacinação: uma luz no fim do túnel
A vacinação contra a Covid-19 está prevista para começar no dia 20 de janeiro em todo Brasil. De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve aprovar as vacinas até domingo (17).
No entanto, serão seis milhões de doses da CoronaVac, do Butantan e mais dois milhões da AstraZeneca. Os imunizantes foram adquiridos pelo Ministério da Saúde junto ao laboratório indiano Serum Institute. A distribuição das vacinas deve levar em torno de cinco dias com o Programa Nacional de Imunização (PNI).
Por outro lado, a vacinação deve começar pelos grupos prioritários: idosos com 75 anos ou mais, grupos de risco, profissionais de saúde e indígenas. No entanto, ainda não foi definido se o restante da população será vacinada.