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Atrasos nos marcos do desenvolvimento infantil são sinais de alerta

As opções de testes e avaliações clínicos para diagnosticar atrasos de fala e linguagem, síndromes e casos de crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), evoluíram muito nos últimos anos, mas especialistas alertam que a ideia de que “cada criança tem seu tempo”, pode atrasar a busca da família por ajuda e diminuir as opções de intervenções e tratamentos precoces para as crianças.

Segundo a psicóloga, Jhéssyka Cândida Israel dos Santos, é importante perceber que cada criança atua frente aos estímulos determinados para sua idade de forma única. "No entanto, crenças de que cada criança tem seu tempo de desenvolvimento são bastante comuns, o que pode tardar o diagnóstico precoce ao impasse de que o acesso dessa criança aos profissionais adequados, fica comprometido, sendo que estes podem identificar os sinais oriundos do TEA", afirma.

De acordo com a fonoaudióloga e diretora da FonoBabyKids, Daniella de Pádua Sales Brom, as avaliações para observar o frênulo da língua são feitas ainda na maternidade. Depois, existem algumas avaliações audiológicas de rastreio para ver se a criança escuta, porque é por meio dessa audição que a criança vai desenvolver a comunicação falada.

“As avaliações propriamente ditas de comunicação motora da fala, de expressão mesmo, podem ser feitas a partir do momento que a criança adquire balbucios. Se com cinco ou seis meses a criança não solta gritinhos, não tem intenção para comunicar, não olha, não brinca, não manipula brinquedos ou não pega na comida, já temos protocolos padronizados, nacionais e internacionais para realizar as avaliações", afirma a fonoaudióloga.

Daniella de Pádua Sales Brom, fonoaudióloga e diretora da FonoBabyKids.Foto: Divulgação.

Daniella afirma que o trabalho do fonoaudiólogo vai da prevenção, orientação, tratamento à intervenção e estimulação. “Nosso trabalho não é apenas com a criança, mas com a família toda. Atualmente, com a vida mais corrida e o uso das telas, muitas vezes falta incentivo à fala e à interação. Então, é preciso orientar a família de forma geral”, ressalta.

Segundo Jhéssyka, o acompanhamento psicoterapêutico também é muito importante, "no decorrer do acompanhamento, pode ser identificado os traços característicos correspondentes aos sinais do TEA, levando em consideração, que a entrevista inicial com os pais é uma fonte rica de dados, que podem ser verificados e reafirmados durante o acompanhamento com a criança", afirma.

Confira alguns sinais comuns que servem de alerta:

  • Dificuldade em estabelecer contato visual;
  • Dificuldade em comunicar-se e interagir socialmente;
  • Dificuldade em manifestar comportamentos de carinho e afeto entre outros.

De acordo com a psicóloga, esses sinais de forma isolada ou em pequeno conjunto, não são definitivos para o diagnóstico. É necessário o atendimento da criança com os profissionais capacitados e qualificados para tal diagnostico e acompanhamento.

Confira abaixo os marcos do Desenvolvimento Infantil:

  • Até os quatro meses é esperado mexer os olhos em todas as direções, sorrir para as pessoas, alcançar brinquedos, sustentar a cabeça, empurrar as perninhas e imitar sons;
  • Até os seis meses, o bebê rola nas duas direções, reconhece familiares, responde com sons ao que ouve, tenta pegar objetivos, começa a se sentar sem apoio e ri ou grita;
  • A partir dos nove meses, começa o apego com familiares, entende o “não”, balbucia palavras “mama” e “papa”, faz movimento de pinça com os dedos e se senta sem suporte;
  • Com 12 meses, o bebê responde comandos simples de voz, tenta reproduzir palavras, copia gestos, fica de pé apoiado, tem coisas e pessoas favoritas e pode dar passos;
  • Aos 18 meses, ele entrega objetos às pessoas, fala palavras simples, acena a cabeça para “sim” e “não”, aponta para partes do corpo e anda sozinho;
  • Ao completar 24 meses, a criança é capaz de imitar os outros, gosta de brincar com outras crianças, conhece nome de familiares e objetos, fala frases de duas a quatro palavras, já aprende consegue chutar uma bola e começa a correr e entender cores e formas.

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