Pesquisadores da Universidade de Granada na Espanha, constataram que a pandemia da covid-19, aumentou a incidência de estresse e depressão severa entre as mulheres grávidas. Insônia e solidão foram os sintomas mais comuns e o maior medo das gestantes é ficar doente e transmitir para o bebê.
Segundo a psicóloga Larissy Santos dos Reis, nos três primeiros meses da gestação, um dos sinais mais presente na vida das novas mamães, é o medo e a insegurança quanto a saúde do bebê. Desse modo, é comum que com a pandemia do novo coronavírus, exista um estado de ansiedade em grau mais elevado do que o normal.
"Por esse motivo é importante um olhar atento a gestante das pessoas que convivem com ela para identificar qualquer mudança abrupta no comportamento como alterações alimentares, instabilidade emocional, agitação, falta de comunicação e insônia entre outros, pois são sinais de que pode haver algo errado, afirma Larissy.
De acordo com Larissy, conscientização dessas mulheres, é fundamental para que possam compreender que isso pode acontecer. "Além disso, os familiares e amigos próximos devem levar a sério as queixas da futura mãe e dar acolhimento, evitando dizer, por exemplo, que é o normal da gravidez, afirma a psicóloga.
A ginecologista e obstetra, Luciana Guedes, explica que mesmo neste período de incertezas e apreensão, fazer o pré-natal é imprescindível para a saúde da futura mamãe e do bebê. Mas é preciso sim ter muito cuidado.
É muito importante que continuem o pré-natal, porque durante o pré-natal a gente faz exames muito importantes de sangue, urina e ultrassom, que ajudam a prevenir complicações, além de medir pressão, pesar, coisas que são muito importantes no acompanhamento durante o pré-natal pra garantir que tudo vai correr bem, tanto para a mãe, quanto para o bebê, explica Luciana.
Este acompanhamento é fundamental inclusive para os profissionais da saúde orientarem a gestante sobre os riscos e cuidados.
"A gente sabe que a gestante é considerada do grupo de risco mesmo sem ter comorbidades, porque a gestante que pega covid-19 tem mais chance de evoluir com um quadro grave da doença, de ter que ser internada em um Centro de Terapia Intensiva (CTI), entubada e até de falecer. Então é muito importante que as gravidinhas se protejam contra o coronavírus", afirma Luciana.
Pâmella jesus da Silva, aguarda a chegada da primeira filha, ela afirma estar vivendo um desafio duplo, pois além de se proteger, precisa proteger a vida que carrega.
"Medo é algo que eu tento não alimentar, porque tudo que eu sinto ela também sente, então eu faço um autocontrole, para que eu possa fazer desse momento um momento radiante e não um momento de inseguranças e de medo", afirma Pamella.
Para tentar diminuir os impactos psicológicos causados pela pandemia, em gestantes e puérperas, Larissy orienta, "você mamãe ou futuras mamães, não deixem de lado as suas emoções, converse com as pessoas ao seu redor sobre os seus sentimentos e busque ajuda de um profissional se for necessário". Veja algumas dicas da psicóloga:
- Filtrar notícias sobre a pandemia;
- Buscar atividades prazerosas;
- Usar as redes sociais a seu favor;
- Estabelecer uma rotina;
- Praticar exercícios físicos;
- Respiração diafragmática;
- Fazer terapia;
- Controlar expectativas;
- Receber ajuda e carinho;
- Conectar-se com o parceiro ou parceira.
Outras discas importantes são as da médica ginecologista e obstetra do Espaço Mãe, Fabiana Oliveira Garcia, sobre os cuidados que devemos tomar durante as consultas de pré-natal. Veja abaixo:
- Uso de máscara durante toda a consulta;
- Higiene adequada das mãos;
- Distanciamento nas salas de espera.
Segundo Fabiana, é importante que o serviço de pré-natal não atrase as consultas para que não haja excesso de pessoas aguardando no mesmo ambiente. Quanto ao número de acompanhantes "deverá ser reduzido a apenas uma pessoa durante as consultas", afirma.