A Oncogenética faz parte do estudo das Síndromes de Predisposição Hereditária ao Câncer. Com ela é possível mapear mutações genéticas que podem indicar maior risco ao desenvolvimento de alguns tipos de tumores.
“Indivíduos portadores de mutações relacionadas a estas síndromes podem ter um risco de desenvolver tumores bem mais alto que a população em geral que não é portadora dessas mutações”, explica Danielle.
Outro fator importante é que, a partir da investigação individual, é possível ofertar essa investigação para os familiares da pessoa acometida. “Como estamos falando de alterações hereditárias, outras gerações e outros membros da família podem ser portadores dessas alterações e não terem desenvolvido a doença”, pontua Laperche.
Os aspectos clínicos mais comuns para se suspeitar de uma síndrome de câncer hereditário são:
- Diagnóstico em idade mais jovem do que a idade de aparecimento daquele tipo de tumor;
- vários tumores no mesmo indivíduo;
- câncer em várias gerações da família.
De acordo com Danielle, para se confirmar a suspeita de um câncer hereditário, há necessidade do indivíduo ser submetido ao teste genético.
“A verdade é que o conhecimento sobre ser portador de determinada síndrome genética permite instituir medidas preventivas mais efetivas e direcionadas para cada caso. Com informação, podemos traçar estratégias de rastreamento intensivo para diagnóstico precoce, fase em que as chances de cura são mais altas, explica Danielle.
Mesmo em meio à pandemia da Covid-19, cientistas de todo o mundo seguiram com suas pesquisas sobre o câncer. As descobertas mais importantes feitas no último ano foram apresentadas no 57º Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que ocorreu de forma virtual entre sexta-feira (04) e terça-feira (08).
"O Congresso apresentou novas possibilidades de tratamento pra esses pacientes que têm essas mutações, então nós estamos tendo tratamentos específicos mesmo pra quem já desenvolveu o câncer, a gente consegue melhorar os resultados. As investigações têm ampliado progressivamente a medida que a gente vai podendo identificar as pessoas em maior risco de ter essas mutações, e para as pessoas que têm essas mutações a gente tem hoje já mudanças, muitas vezes de conduta de tratamento pra quem já desenvolveu um câncer", finaliza Danielle.