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Acidentes com queimaduras podem gerar mais de 5 mil vítimas anuais

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a chegada do frio, associada a hábitos populares ligados aos festejos juninos, tendem a elevar o número de acidentes e vítimas de queimaduras. Um estudo multicêntrico da Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade de Harvard e Sociedade Brasileira de Queimaduras, mostra que a média de óbitos desse tipo de ocorrência ultrapassa 5 mil vítimas anuais.

Com a crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizou a comercialização de álcool 70% para fins antissépticas ou desinfetantes. Por apresentar característica inflamável, a maior circulação e utilização do produto podem desencadear acidentes quando manuseado próximo ao fogo.

De acordo com a SBCP, as principais causas de queimaduras são por escaldo (líquidos aquecidos) e por contato. Segundo a entidade, a maior utilização de álcool 70%, durante a pandemia do novo coronavírus, e crescimento no uso de fogão à lenha por famílias mais pobres podem ampliar os riscos de acidentes.

O cirurgião plástico, Luiz Philipe Molina Vana, regente do Capítulo de Queimaduras da SBCP, afirma que, com as crianças em casa devido o isolamento social é necessário uma maior atenção dos responsáveis.

“Em caso de algum acidente, deve-se lavar a queimadura com água corrente, abundante e em temperatura ambiente. É fundamental não passar nada sobre a lesão", afirma.

De acordo com Luiz Philipe, na maioria das vezes as pessoas passam produtos inadequados, que terão de ser removidos e substituídos. "Existem crenças populares em produtos naturais, que levam a uma contaminação, e uma queimadura simples acaba infectando, e uma queimadura infectada é sempre mais difícil de tratar e sempre tem mais complicações", ressalta.

O médico afirma que toda queimadura precisa receber avaliação médica para a devida assistência, pois, dependendo do local, profundidade ou extensão da queimadura, uma lesão aparentemente simples pode causar danos severos. "Queimaduras pequenas, mas profundas, na região da mão, face, podem levar a sequelas funcionais muito importantes, com perda do movimento e da função, além é claro das sequelas estéticas", afirma.

Segundo Luiz Philipe, os tratamentos podem variar de acordo com o local e severidade da queimadura. Em caso de ocorrências superficiais, há o entendimento de dar suporte por meio da correta avaliação e realização de curativos. A assistência de lesões mais profundas comumente é realizada por meio de cirurgias de enxerto de pele.

“O enxerto consiste na retirada de uma camada de pele fina e superficial do paciente para colocação na área afetada. O procedimento possibilita que o paciente tenha a menor quantidade possível de sequelas estéticas e funcionais”, explica.

De acordo com o cirurgião plástico, em casos de queimaduras que atingem mais de 20% de área corporal, pode-se empregar o transplante de pele (enxerto homógeno), técnica que consiste na realização de um curativo por meio de peles de doadores.

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