A obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que serão enfrentados nos próximos anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 27 milhões de pessoas consideradas obesas, que somadas ao total de indivíduos com sobrepeso, chega a quase 75 milhões.
Uma pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2019, mostra que 55,4% dos adultos estão acima do peso (IMC igual ou maior que 25) e quase 20% já está obeso (IMC igual ou maior que 30). Em Goiânia, 20,6% dos homens e 18,6% de mulheres sofrem com a obesidade.
Segundo a médica oncologista, Danielle Laperche, a obesidade tem influência em todo o organismo porque ela induz um estado de inflamação persistente no corpo e altera a produção hormonal de outros tecidos.
"Basicamente o que a gente tem de alteração com obesidade é o estado inflamatório permanente do organismo, produção de diversas substâncias inflamatórias, além do necessário, desbalanço das produções hormonais de insulina e hormônios sexuais e as células passam a ter uma hiperestimulação de divisão", afirma Danielle.
De acordo com a médica, a obesidade aumenta os riscos de infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), lesões renais, altera vários sistemas, além das alterações mecânicas do sobrepeso por sobrecarga de estrutura esquelética.
"O ideal é buscar acompanhamento o quanto antes. Obviamente se a gente busca no estágio inicial, é mais fácil de conseguirmos controlar e até reverter o processo. No brasil a gente tem uma cultura de buscar esse atendimento em fases já tardias, então, muitas vezes algumas comorbidades já estão instaladas, causando disfunção de algum órgão", destaca Danielle.
A oncologista ressalta que a obesidade é uma doença, e não é culpa da pessoa. "Eu acho que é uma das coisas que a gente mais tem que trabalhar hoje, para a pessoa aceitar ajuda e realmente buscar o tratamento, a obesidade é uma doença e merece a mesma atenção que as outras doenças. Tem tratamento sim, não é um tratamento fácil, simples e rápido, mas ele é possível e pode aumentar a expectativa e melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas",
Segundo a nutricionista, Tatiana Jordão Pontes, para evitar o ganho de peso é necessário melhorar a qualidade da alimentação e evitar industrializados. "Quanto mais natural a alimentação, com saladas, frutas, carboidratos complexos como batata, milho cará, mandioca, carnes (principalmente magras), melhor", afirma Tatiana.
De acordo com a nutricionista, outro ponto importante é a pessoa respeitar a fome e saciedade, porque toda vez que ela come mais do que ela precisa, mesmo que esteja comendo de forma saudável, ela vai ganhar peso.
"Também é importante dormir bem e cedo porque no período de 22h até 00h, nós produzimos alguns hormônios que auxiliam na melhora do ânimo, da disposição, então, se a pessoa dorme tarde acaba que o cortisol fica alto no final do dia, o que inibe a queima de gordura, favorece a ter líquido e dificulta o emagrecimento ", finaliza Tatiana.
Veja algumas orientações da nutricionista para pessoas que querem perder peso:
- Fazer atividade física;
- Dormir cedo;
- Mastigar devagar;
- Melhorar as escolhas alimentares;
- Evitar ter as coisas que são tentações em casa;
- Escovar os dentes após as refeições;
- Fazer alguma outra atividade;
- Comer em pratos menores.
Veja como calcular o IMC:
Para calcular o IMC, é preciso calcular a relação entre peso e altura. Na prática, o jeito mais fácil é multiplicar sua altura por dois e depois dividir seu peso por esse valor (IMC = peso / altura²). O resultado deve ser comparado aos valores abaixo:
- Entre 18,5 e 24,9 = peso normal
- Entre 25 e 29,9 = sobrepeso
- Entre 30 e 34,9 = obesidade grau I
- Entre 35 e 39,9 = obesidade grau II
- Mais do que 40 = obesidade grau III
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