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O dia do Psicólogo passou a ser comemorado no dia 27 de agosto, desde 1962, quando o presidente João Goulart sancionou a Lei nº 4.119 que regulamentou a profissão. No entanto, a comemoração nacional (PLC 211/2015) foi determinada com a aprovação do Senado Federal em dezembro de 2016.
A Psicologia atua com relevância na saúde mental da sociedade, seja dentro de uma estrutura familiar, empresarial, uma unidade médica e várias outras, principalmente na pós-modernidade. Fundamentalmente, tem sido uma ferramenta aliada à humanidade neste período de isolamento social devido o Covid-19.
Saúde mental X Covid-19
A psicóloga Natielle Borges conta que ao observar em toda a história da humanidade, nunca vivemos um momento como este, as reações psíquicas são consideradas normais, se levarmos em conta a situação anormal que os indivíduos estão vivenciando.
De forma geral, a profissional aponta que foram observadas tais reações: preocupação intensa, excesso de ansiedade, medo de contrair o vírus, de perder entes queridos, de transmitir o vírus, irritabilidade, angustia, tristeza, alterações no apetite e no sono, conflitos familiares devido o isolamento social.
No entanto, enfatizou que tais reações eram esperadas diante de tal anormalidade, também conta que sempre aconselha seus pacientes e as pessoas que a acompanham que "a ansiedade é um mecanismo de proteção do nosso corpo, não tem como apertar um botão para parar de se sentir ansioso. Precisamos aprender estratégias para lidar com a ansiedade".
Após um estudo feito com 11 países, pela Universidade de São Paulo (USP), o Brasil liderou o ranking com os maiores índices de depressão e ansiedade. "Nós profissionais da saúde mental, vemos a pandemia como uma situação que cooperou com este quadro, e não que o causou."
"Se fossemos afirmar que a pandemia (sozinha) causou a ansiedade e depressão nas pessoas, todo o mundo teria que estar com ansiedade e depressão. Mas o que vemos é que pessoas que já tinham alguns fatores que predispõem, que são suscetíveis à pessoa desenvolver um transtorno mental".
Conforme Natielle, fatores genéticos, ambiente familiar, trabalho, relacionamentos, a personalidade do indivíduo, juntamente com a pandemia, um evento extremamente estressante, culminou em uma alta quantidade de pessoas com ansiedade e depressão.
"Fica uma alerta, a nossa sociedade já vem adoecendo há muito tempo, a pandemia apenas aumentou isso de forma muito intensa."
Dicas
A profissional recomenda que é preciso limitar o acesso de informações em excesso. "É importante que a gente se mantenha informado neste período, mas quando essa busca pelas informações é algo excessivo, se torna um gatilho para que nosso cérebro tenha mais e mais preocupações."
Recomenda ainda as pessoas à buscarem a veracidade das informações e ficar focado apenas no que podem controlar. Foi um conselho que Natielle deu aos seus pacientes com quadro de Covid-19 enquanto estavam isolados, a profissional questionava os pacientes os levando a pensar: "O que você pode fazer neste momento? O que está no seu alcance? O que você deve fazer agora? Você deve focar no que pode fazer agora", e explica que quando as pessoas fazem isso, elas aceitam a condição do momento e focam nas possibilidades de mudança.
De acordo com a psicóloga a atividade física é uma orientação básica dos profissionais de saúde que é primordial. "Eu treino em casa, com um vídeo faço meus exercícios e depois me sinto super revitalizada e com ânimo para começar meu dia". E acrescentou, "quando nosso corpo está saudável, nossa mente também estará saudável".
Natielle ensina técnicas comportamentais de respiração e relaxamento à pacientes com um quadro elevado de ansiedade, e acrescenta que, as pessoas que não são ansiosas também podem se beneficiar de tais técnicas.
Outra coisa que a profissional orienta é o autocuidado, um momento que os indivíduos podem tirar para si próprio, cuidando do corpo, relaxando, vendo um filme, fazendo um passeio, lendo um livro, até mesmo a prática da meditação pode auxiliar muito em nossa saúde mental.
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