A Síndrome do Túnel do Carpo é caracterizada por uma compressão do nervo mediano na região da palma da mão e do punho que causa dores, formigamento e dormência. De acordo com o ortopedista Henrique Bufaiçal, especialista em cirurgia da mão, ela não tem, em sua grande maioria, uma causa específica.
“O paciente apresenta alterações anatômicas e genéticas e a morfologia da sua mão leva, com o passar do tempo, a compressão do nervo”, explica.
Segundo o especialista, ela é mais comum no frio por conta da vasoconstrição que ocorre quando o clima está mais ameno e o organismo faz uma calibragem de pra onde ele vai mandar mais sangue, desviando para órgãos mais importantes, que são considerados vitais.
"Então ele concentra sangue no sistema respiratório, renal, nervoso central e tira sangue das extremidades, como o punho faz parte da extremidade do braço, a circulação fica comprometida como um todo nessa região e o nervo, ao ter menos sangue naquele local, reage com um mal funcionamento e aí o paciente tem uma piora dos sintomas da dormência que acaba sendo potencializado pelo clima ameno, explica Henrique.
Além das causas chamadas idiopáticas, Henrique ressalta que as demais causas estão relacionadas principalmente a algum tipo de doença metabólica, como diabetes, hipotireoidismo e doenças renais crônicas ou reumatológicas como artrite reumatoide e lúpus. “Até mesmo o uso da mão de forma errada, como trabalho repetitivo, pode ocasionar a Síndrome do Túnel do Carpo”, destaca.
O ortopedista afirma que o problema é mais comum em mulheres, pois, tendem a ter uma mão mais curta e pequena, questão anatômica importante para a presença da Síndrome do Túnel do Carpo. “Alguns autores chamam de mão maçã, pois é uma mão mais redonda, o que está associado ao túnel do carpo”, explica Henrique.
Outra explicação para a incidência maior no público feminino diz respeito à presença de doenças reumatológicas e metabólicas que estão mais associadas às mulheres. Além das questões transitórias do corpo da mulher como os períodos de gravidez. “Períodos gestacionais possuem relação com maior incidência da síndrome justamente pelo acúmulo de líquido no corpo da mulher”, destaca o ortopedista.
Segundo o especialista, existem diversos tratamentos para a Síndrome do Túnel do Carpo, que vão desde os mais conservadores como o uso de medicamentos e fisioterapia, até o tratamento cirúrgico. “O tratamento cirúrgico pode ser feito de muitas formas. O que traz recuperação mais rápida é o tratamento endoscópico com cortes muito pequenos, geralmente de 1 cm, e cirurgia com anestesia local”, finaliza Henrique.
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