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Lúpus: Saiba quais são os sintomas e como tratar essa doença autoimune

A Campanha Fevereiro Roxo é voltada à conscientização e prevenção do lúpus. O lúpus eritematoso sistêmico (LES), é uma doença inflamatória crônica, autoimune e de causa pouco desconhecida.

Segundo a reumatologista Raquel Dias, a doença decorre de uma alteração do sistema imunológico (anticorpos contra as próprias células do corpo), podendo afetar diversos órgãos e tecidos como pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos.

São conhecidos dois tipos de lúpus. O primeiro é o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, geralmente avermelhadas ou eritematosas, daí o nome eritematoso. Esse tipo de lúpus ataca principalmente as áreas que ficam expostas à luz solar como o rosto, orelhas, colo e braços. Já o lúpus sistêmico se manifesta em um ou mais órgãos.

Mulheres são as que mais desenvolvem o Lúpus

O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade. De acordo com a médica as mulheres são as que mais desenvolvem a doença, "mulheres em idade reprodutiva são acometidas até 9-10 vezes mais que os homens. A hipótese para isso, é a questão hormonal, associada aos estrógenos. Os primeiros sinais e sintomas costumam começar entre a segunda e terceira década de vida, mas o LES também pode existir em crianças, pessoas idosas e homens."

Os sintomas do lúpus são diversos e variam em intensidade, de acordo com a fase de atividade e remissão da doença. "Podem existir sintomas gerais como febre, perda de peso e aumento de tamanho dos linfonodos, popularmente chamados de "ínguas" e as vezes até o aumento de órgãos como o fígado e baço," explica a reumatologista.

Ainda segundo ela, as lesões na pele são diversas, sendo a mais característica o "rash malar", uma lesão avermelhada na região das bochechas e dorso do nariz. "Importante citar a associação do surgimento de lesões na pele com a exposição solar," complementa.

Além disso, pode existir queda de cabelo, úlceras orais, dor e inflamação nas articulações. inflamação nos rins, anemia e outras alterações do sangue como redução das células de defesa.

Cuidados

O paciente com lúpus precisa ter inicialmente um diagnóstico correto e manter um seguimento regular com um médico reumatologista ou dermatologista.

Além disso, o paciente com a doença precisa seguir corretamente as orientações para ajudar no tratamento. A dermatologista Juliana Nóbrega ressalta que o paciente com a doença deve se proteger ao máximo do sol. "Se for se expor ao sol, usar roupas com mangas compridas, chapéu, sombrinha e filtro solar no rosto e nas áreas do corpo que a roupa não tampa."

Também podem ser somados o uso correto das medicações, alimentação saudável, controle de peso, atividade física regular e boa qualidade de sono. É importante ressaltar que o uso de álcool, cigarro e outras drogas é absolutamente contraindicado.

O diagnóstico é feito através da manifestação de um ou mais dos sintomas citados acima, que são detectados pelo médico. Ao mesmo tempo, algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES. 

Tratamento

O tratamento e acompanhamento regular permitem uma qualidade de vida e redução da mortalidade pela doença. Praticar regularmente todos os cuidados citados na matéria são essenciais e contribuem para o tratamento.

"Precisamos aumentar a conscientização da mesma para que os pacientes tenham o diagnóstico o mais precocemente possível e melhores desfechos. Além disso, enfatizar que a doença não é transmissível e cada um tem um quadro diferente do outro," ressalta Raquel.

Procedimentos estéticos

Muitas questões precisam ser avaliadas para a liberação ou não de procedimentos estéticos. Juliana ressalta que quando a doença está em atividade, não é recomendado fazer nenhum procedimento estético, "mas depois que a doença está controlada e sem atividade por pelo menos dois anos, pode ser discutido caso a caso para a realização de algum procedimento," complementa.

Ana Aleluia afirma que o diagnóstico da doença foi demorado e que o tratamento no início foi bem difícil

Em 2005, Ana Aleluia foi diagnosticada com lúpus eritematoso sistêmico (LES) na cabeça com alopecia. Segundo ela, o seu diagnóstico foi demorado. A doença só foi detectada após a realização de um exame chamado FAN.

De acordo com ela, os seus sintomas eram perda de cabelo, dores nas articulações, juntas inchadas (quando expostas ao sol), vermelhidão e ardência na pele e manchas escuras nos braços.

Ana conta que o seu tratamento foi muito difícil. "Tive várias lesões e fiquei internada vários dias. Fizeram vários exames e descobrirão que eu estava com nefrite lúpica. Depois de um mês, tive alta e comecei o tratamento para nefrite com pulsoterapia e medicamentos. Era muito angustiante, no inicio do tratamento eu passava mal com enjoous, vômitos e diarreia."

Ana segue com o seu tratamento com acompanhamento médico e tomando as devidas medicações.

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