A morte do jornalista esportivo Paulo Victor Damasceno, mais conhecido como PVezinho, aos 34 anos, comoveu Goiás na última sexta-feira (18). Complicações de uma cirurgia bariátrica, procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave, tiraram a vida do radialista. O Hospital Santa Mônica publicou nas redes sociais que não divulga informações sobre pacientes “em respeito ao sigilo médico”, portanto não foi esclarecido o que de fato ocorreu.
Apesar da triste perda, de acordo o cirurgião e presidente da Comissão de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Leonardo Emílio da Silva, a cirurgia bariátrica é segura. “Em serviços médicos e hospitalares estruturados e preparados, a cirurgia bariátrica e metabólica tem a taxa de mortalidade em torno de 0,12%”, esclarece.
Porém, como o procedimento é realizado em pacientes obesos clinicamente graves e, muitos, carregam consigo doenças inerentes à obesidade, logo, portadoras de um risco próprio de complicações e mortalidade.
Mas, para diminuir os riscos, o cirurgião Leonardo Emílio ressalta que o paciente deve primeiro submeter a um programa completo de avaliação pré-operatório. A preparação deve contar com cardiologista, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, pneumologista, fisioterapeuta respiratório e anestesiologista.
“Tal fato aumenta a segurança do procedimento cirúrgico pois, permite o reconhecimento e tratamento de situações clínicas inerentes à doença da obesidade”, diz.
Indicações
Conforme resolução do Conselho Federal de Medicina, a cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 35 kg/m², e portadores de doenças sabidamente associadas à obesidade, a exemplo de hipertensão, diabetes, dentre outras.
Já para os pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, se não houver resposta ao tratamento clínico convencional, o procedimento é permitido com IMC entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2. “É uma cirurgia regulamentada e autorizada conforme normas rígidas pré-estabelecidas”, reforça o cirurgião.
“Tomaria a mesma decisão novamente”
A engenheira e estudante de medicina Bárbara Macedo, 30 anos, submeteu a cirurgia bariátrica há três anos. Na época, pesava 105 kg. “Fazer bariátrica foi uma questão de saúde acima da estética. O excesso de peso piorou lesões que tenho na coluna e joelho e sentia muita dor. Meu caminhar se tornava impossível, então não conseguia fazer exercícios físicos. Também não dormia direito, por causa de períodos de apneia”, recorda.
Antes de passar pelo procedimento, ela foi atendida por uma equipe, que envolveu: cirurgião gástrico, cardiologista, endocrinologista, pneumologista, nutricionista, psicólogo e angiologista. Deu tudo certo, ela chegou a perder mais de 50kg mas, recentemente, teve reganho de peso e está com 76kg.
“Mesmo com o reganho, tenho minhas funções normais. Consigo me exercitar, não sinto dores insuportáveis. E por isso já valeu todo o esforço para a cirurgia. Apesar de um início difícil, tomaria a mesma decisão novamente. Mudei completamente”, explica.