A equipe multiprofissional da Policlínica Estadual da Região do Entorno – Formosa realizou nesta terça-feira, 5, uma palestra para pacientes e colaboradores em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, comemorado em 2 de abril. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007. A ação teve o intuito de promover informações sobre autismo, promover o debate sobre a discriminação e o preconceito que afetam as pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O autismo é uma condição que causa distúrbio na comunicação humana. É um transtorno do desenvolvimento, e pode ser definido pelo comprometimento da chamada tríade, ou seja, as três áreas nobres do desenvolvimento humano: a comunicação, a interação social e a imaginação. Normalmente aparece durante os dois primeiros anos de vida, podendo não ser evidenciados aos pais, dependendo de sua conscientização e gravidade.
Em sua apresentação, a psicóloga Camila Abigail destacou a importância da orientação acerca do diagnóstico, a identificação das características avaliadas e alertas de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Além disso, a profissional reforçou sobre a necessidade do diagnóstico precoce, a rede de apoio e leis que amparam o autista e seus responsáveis, e a equipe de profissionais que possam acompanhar a pessoa com TEA,
A nutricionista Mayane Rosolen abordou aspectos importantes no que diz respeito à relação entre autismo e alimentação. Ela destacou o transtorno do processamento sensorial, ao ressaltar que o autista tem estímulos sensoriais desproporcionais que podem apresentar flutuações diminuídas ou aumentadas no processamento sensorial, levando a um impacto na alimentação, além dos traços comportamentais que também influenciam diretamente na alimentação do autista.
A farmacêutica Thaysa Romualdo conscientizou os participantes sobre a relação do autismo e a medicação. De acordo com a profissional, embora o autismo não tenha cura, o medicamento tem o objetivo de reduzir os sintomas autísticos, tais como: estereotipias, agressividade, irritabilidade e hiperatividade. Sintomas atrapalham a criança em suas atividades cotidianas. “O tratamento do autismo envolve diferentes terapias que visam melhorar a fala e o comportamento da criança. Os medicamentos podem ajudar a gerenciar quaisquer condições médicas relacionadas ao autismo, reduzindo os sintomas e melhorando o aprendizado e o desenvolvimento”, afirmou.
Segundo a fisioterapeuta Maria Rita Schenatz, houve um aumento do número de bebês e crianças diagnosticadas com autismo nas últimas décadas, o que ocasionou uma necessidade de intervenções efetivas e apropriadas para crianças e familiares.
“A fisioterapia atua diretamente em aspectos motores e sensório-motores buscando aquisições e habilidades motora, tônus postural promovendo vivências sensórias e o alinhamento postural, coordenação motora, estimula o equilíbrio, lateralidade, a noção espacial com esquema corporal associando a imagem para desenvolver a marcha respeitando sempre as suas individualidades”, finalizou.
TEA e comunicação
A comunicação verbal no TEA é um desafio. Muitas vezes, os autistas usam a comunicação não verbal, por exemplo, manipular fisicamente uma pessoa ou objeto, apontar e olhar para o objeto. “Na comunicação verbal, é muito comum o atraso de linguagem e alterações na fala, como, na prosódia, ritmo e entonação. É muito comum também, a ecolalia, que é definida como repetições de palavras e frases. A terapia fonoaudiológica é fundamental para o desenvolvimento da linguagem, da fala e da comunicação alternativa, no TEA”, explicou a fonoaudióloga Daniela Teixeira Gomes.
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