O Estado de São Paulo registrou 62 casos de febre maculosa no ano passado e, destes, 47 resultaram em morte. O índice de letalidade, de 75%, mostra o quanto a doença, que tem no carrapato-estrela seu principal transmissor, é perigosa e fatal. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, até março deste ano foram notificados dois casos e os dois resultaram em óbitos - letalidade de 100%. De acordo com especialistas, a infecção simultânea não é rara.
O número deste ano não inclui os óbitos do piloto Marcelo Costa, de 42 anos, e da dentista Mariana Giordano, de 36, que morreram no último dia 5, com sintomas da doença. A confirmação da causa ainda depende do resultado de exames que estão sendo feitos pelo Instituto Adolfo Lutz. O instituto recebeu nesta segunda-feira, 12, amostras colhidas do corpo de Mariana, mas não tinha recebido até o fim da tarde o material recolhido de Douglas.
Ainda ontem, a Secretaria de Saúde de Hortolândia confirmou que uma moradora da cidade, de 28 anos, morreu com suspeita de febre maculosa, após ir ao mesmo evento frequentado pela dentista Mariana Giordano, de 36 anos, e seu namorado, o piloto Marcelo Costa, de 42. No caso de Mariana, o Instituto Adolfo Lutz já confirmou que a morte foi causada pela doença.
Os três óbitos aconteceram no dia 8 deste mês. As três vítimas estiveram em um evento na Fazenda Santa Margarida, no Distrito de Joaquim Egídio, na região leste de Campinas, o provável local da infecção.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, os exames da mulher que morreu em Hortolândia já seguiram para o Adolfo Lutz. O laudo das amostras do piloto ainda não ficou pronto. Os casos eram suspeitos de febre maculosa, dengue ou leptospirose.
Local da contaminação
A prefeitura de Campinas informou que, após ser notificado dos casos, nesta segunda-feira, 12, o Departamento de Vigilância em Saúde desencadeou ações de prevenção, informação e mobilização contra a febre maculosa na Fazenda Santa Margarida, local do evento. O Distrito de Joaquim Egídio é mapeado como área de risco para a doença.
“Os responsáveis pela fazenda foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa. Essa informação é imprescindível para que a pessoa adote comportamentos seguros ao frequentar estes espaços e também para que, após frequentar, se apresentar sinais e sintomas, informe o médico e facilite o diagnóstico”, informou. Ainda segundo o município, nos próximos dias, técnicos do Devisa farão uma pesquisa para verificar como está a infestação de carrapatos no espaço.
De acordo com a diretora do Devisa, Andrea von Zuben, o principal sintoma da doença é a febre alta, que pode ser confundida com outras enfermidades. “Por isso, é importante que o médico sempre pergunte ou que o paciente relate que esteve em área de vegetação com presença de carrapato ou capivara. Com esse histórico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, disse.
Campinas e região são áreas endêmicas (área de distribuição do vetor) para a febre maculosa. Neste ano, com o caso da dentista, o município tem três óbitos confirmados pela doença. Duas das vítimas moravam na cidade. A dentista tinha residência na capital paulista.