O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que resulta em manifestações comportamentais, défict na comunicação e dificuldade de interação social. Não existem comprovações que possibilitem delimitar uma causa única para o autismo, o que se sabe é que existe a interação de fatores genéticos e ambientais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas são autistas no mundo. A campanha "Abril Azul" surge como iniciativa para conscientizar e levar conhecimento a população sobre o transtorno e desmistificar a ideia de que autismo é uma doença.
Existem três graus de autismo passíveis de diagnóstico
- Autismo nível 1 – autismo leve (pouca necessidade de suporte) com dificuldade para iniciar interações sociais e apresentar interesse reduzido por interações. Inflexibilidade no comportamento e em trocar de atividades.
- Autismo nível 2 – autismo moderado (necessidade de suporte substancial) caracterizado por déficits graves nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, com prejuízos aparentes mesmo ao receber apoio. Limitação em iniciar ou responder a interações. Dificuldade em lidar com mudanças e comportamentos restrito/ repetitivos.
- Autismo nível 3 – autismo severo (muita necessidade de suporte substancial) déficits graves nas habilidades de comunicação verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento. Grande limitação em iniciar e responder a interações. Extrema dificuldade em lidar com mudanças e grande sofrimento para mudar o foco ou ações.
Andréa Bussade, jornalista e presidente do Instituto RIO TEAMA, é mãe do Gabriel, um jovem de 24 anos com autismo severo. O diagnóstico de Gabriel foi realizado aos 3 anos de idade.
Segundo Andréa, conseguir acesso à educação de qualidade e direcionada a atender as demandas do filho autista era um desafio. Gabriel chegou a frequentar uma escola inclusiva, mas a mãe comenta sobre a falta de profissionais especializados.
Escola inclusiva mas inclusiva apenas no nome. Não tem plano de ensino individualizado, currículo adaptado. A escola não quer ter o autista, a verdade é essa Andréa Bussade, presidente do Instituto Rio TEAma
O TEA não possui cura, visto que não é uma doença, sendo necessário um acompanhamento personalizado para cada paciente. A participação ativa dos familiares e profissionais como médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos é essencial para a conquista da autonomia.
"A maior dificuldade para mim é o autismo na idade adulta. A falta de atividades, não tem ensino profissionalizante, para mim o maior desafio é esse", comenta Bussade.
O Instituto RIO TEAMA foi criado em 2018 e promove palestras sobre o tema, além de oferecer apoio emocional, capacitação e buscar por direitos. "A gente não precisa só conscientizar, tem que ter políticas públicas para as pessoas com autismo", reforça a criadora do projeto RIO TE AMA.