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Estudo revela que restrições calóricas em camundongos aumentam longevidade por fatores além da perda de peso

Essas descobertas podem alterar a forma como os cientistas abordam estudos sobre restrição calórica em humanos

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Um estudo recente, publicado na revista Nature, revela que a restrição calórica em camundongos pode aumentar a longevidade de maneiras que vão além da simples perda de peso e melhorias metabólicas. A pesquisa, uma das mais abrangentes sobre o tema, envolveu quase 1.000 camundongos e desafiou a crença convencional de que a redução da ingestão calórica é o principal fator que promove a longevidade. Os pesquisadores, liderados por Gary Churchill do Jackson Laboratory, descobriram que, embora a restrição calórica e o jejum intermitente resultem em perda de peso e alterações metabólicas favoráveis, fatores como saúde imunológica, genética e indicadores fisiológicos de resiliência desempenham um papel mais significativo na relação entre a redução de calorias e o aumento da expectativa de vida. Churchill afirma: “As mudanças metabólicas são importantes, mas não levam à extensão da vida”.

O estudo monitorou a saúde e longevidade de 960 camundongos geneticamente distintos. Os resultados mostraram que uma redução de 40% na ingestão calórica proporcionou o maior aumento na longevidade. No entanto, os camundongos que perderam mais peso não necessariamente viveram mais; na verdade, aqueles com perda de peso moderada tendiam a ter uma vida mais longa. Isso sugere que processos além da regulação metabólica são cruciais para entender como os organismos respondem à restrição calórica.

Essas descobertas podem alterar a forma como os cientistas abordam estudos sobre restrição calórica em humanos. Embora intervenções em dietas de baixo teor calórico tenham mostrado reduzir taxas metabólicas em indivíduos saudáveis, os dados obtidos com camundongos indicam que medições metabólicas podem refletir a "saúde" ao longo da vida — o período vivido sem doenças crônicas — mas não necessariamente indicam se tais estratégias realmente prolongam a vida.

Daniel Belsky, epidemiologista da Columbia University, destaca que, embora não se deva extrapolar excessivamente os resultados dos camundongos para os humanos, o estudo contribui para uma compreensão crescente de que saúde e longevidade não são sinônimos.

O estudo enfatiza a complexidade das respostas do corpo à restrição calórica e sugere que futuras pesquisas devem considerar não apenas as alterações metabólicas, mas também fatores genéticos e imunológicos ao investigar os efeitos da dieta na longevidade. Essa nova perspectiva pode levar a abordagens mais eficazes para promover um envelhecimento saudável tanto em animais quanto em humanos.

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