A Policlínica Estadual de Goianésia promoveu uma palestra para capacitar e treinar os colaboradores da unidade sobre hepatites. A enfermeira Bruna Póvoa Ribeiro explicou que as hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo fígado.
“As hepatites virais têm grande importância para a saúde pública e para o indivíduo, pelo número de indivíduos atingidos, e pela possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas. Os agentes etiológicos mais relevantes que causam as hepatites virais são os vírus HAV, HBV, HCV, HDV e HEV”, comentou.
Sobre as formas de transmissão, a palestrante explicou que as hepatites virais podem ser classificadas em 2 grupos: fecal-oral (HAV e HEV), que tem seu mecanismo de transmissão ligado a condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos.
O segundo grupo (HBV, HCV e HDV) possui diversos mecanismos de transmissão, como parenteral, sexual, compartilhamento de objetos contaminados, utensílios para colocação de piercings e confecção de outros instrumentos usados para uso de drogas injetáveis e inaláveis. “Há também o risco de transmissão através de acidentes com perfurocortantes, procedimentos cirúrgicos e odontológicos e hemodiálise sem as adequadas normas de biossegurança”, afirmou.
A transmissão por via sexual é mais comum para o vírus da hepatite B que para o vírus da hepatite C. Na hepatite C poderá ocorrer a transmissão principalmente em pessoas com múltiplos parceiros, infectadas com o HIV, com alguma lesão genital (IST), alta carga viral do HCV e doença hepática avançada.
“Os vírus HBV, HCV e HDV possuem também a via de transmissão vertical (mãe para o bebê). Geralmente a transmissão ocorre no momento do parto, sendo a via transplacentária incomum. A transmissão vertical do HBV, ocorre em 70% a 90% dos casos com replicação viral. Nos casos de mães sem replicação viral a probabilidade varia entre 30 e 50%”, frisou Bruna.
A enfermeira ressaltou para o vírus da hepatite B existe vacinação, que é ofertada ainda na maternidade, no momento em que a criança nasce. “O ideal é que seja nas primeiras 12 horas de nascimento ou até 30 dias após. A vacina também está presente nas doses da pentavalente, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida da criança. Os reforços serão durante toda a vida conforme a necessidade, e para mulheres grávidas”, finalizou Bruna Póvoa Ribeiro.