A diretora técnica do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Karine Borges de Medeiros, e a enfermeira do Departamento de Ensino e Pesquisa do HDT, Magda Cristina Tolentino Chaves, receberam na última terça-feira, 19, o Certificado de Mérito Legislativo pelos serviços prestados à sociedade goiana aos profissionais que atuam nos processos de doação e transplante de órgãos e tecidos em Goiás pela Assembleia Legislativa (Alego). O HDT é uma unidade do Governo de Goiás, gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG) há mais de 11 anos.
A homenagem foi uma propositura do Deputado Wilde Cambão em parceria com a Central de Transplantes de Goiás. O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. No dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Segundo o parlamentar, ele que é o grande homenageado por poder presidir a sessão. "Vocês transformam o trabalho em amor e em vidas. A doação de órgãos é um serviço de tamanha relevância e de importância fundamental para a sociedade", pontua.
Captação
No final do mês de agosto, o HDT realizou a segunda captação de órgãos de sua história, de um rim. Para que a captação seja realizada, a comissão de transplantes da unidade sempre que percebe que um paciente é um possível doador de órgãos, isto é, está em morte cerebral, realiza o acionamento da família. Após a autorização familiar a Central Estadual de Transplantes (CET), é acionada, assim é verificado quais os órgãos que serão captados.
“O que é uma perda para uma família e uma perda de um paciente representa um recomeço para outros. É um trabalho feito em várias mãos, por profissionais do HDT, pela nossa comissão interna de transplantes de órgão e pela equipe da Central Transplantes. E receber essa homenagem é o reconhecimento de todos ”, pontua a diretora técnica, Karine Borges de Medeiros.
A enfermeira Magda Cristina participou de grande parte do processo de captação do rim no HDT. “Estava presente desde o “sim” da família, a entrada no centro cirúrgico para a captação até a retirada do órgão”. Ela também revela que nada é possível sem o trabalho em equipe.
A secretária adjunta de saúde, Anamaria Arruda, afirmou em seu discurso que o transplante exige uma série de atores de várias áreas multidisciplinares, que anonimamente fazem parte de uma cadeia. “Temos que pensar na ressignificação da morte, que o falecimento de um ente querido pode ser a continuidade de planos de uma outra pessoa e de uma nova família. Vamos doar, doar é vida”, pontua.
A gerente da Central Estadual de Transplantes (CET), Katiúscia Christiane Freitas, discursou em nome dos homenageados. “Já ouvi muitos ‘nãos’. Atrás do ‘sim’ existe uma rede de solidariedade. Hoje metade do país diz ‘não’ para doação, isso é devido a falta de informação e orientação”, explica.
Desde 2019, mais três mil órgãos e tecidos foram captados em Goiás . “Este ano está caminhando para se fechar o maior da nossa série histórica. Não sou eu, somos uma equipe. Obrigada pelos que lutam por aqueles que ainda lutam para receber um órgão”, afirma Freitas.