Após oito anos de estudos e pedido de patente a ser aprovada do produto desenvolvido por pesquisadores da UFG, em parceria com a Indústria Química do Estado de Goiás e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, o repelente que evita a transmissão de dengue e febre maculosa caminha para fase de testes externos.
A IQUEGO e a UFG (ICTs) possuem acordo de cooperação e co-titularidade na patente de invenção, com o objetivo de promover o desenvolvimento e produção em escala piloto de formulações semissólidas e líquidas contendo repelente de insetos.
A efetividade das formulações foi avaliada em ambiente de laboratório e ambiente simulado (teste de campo), respectivamente. As formulações demonstram uma repelência em várias horas e menor permeação cutânea do ativo sintético DEET, responsável por inúmeros efeitos colaterais e restrições de aplicação em crianças, grávidas, lactantes e idosos. Após tal análise foi aprovado a indicação de uso em crianças acima de 2 anos, adultos, idosos, podendo também ser utilizado por gestantes, pois possui bom perfil de segurança. A formulação desenvolvida se trata de um gel, concebido a partir do uso da nanotecnologia e cujo resultado originou um produto de baixo custo, eficaz e seguro. É necessária apenas uma aplicação ao dia para garantir a proteção.
O controle de vetores e das doenças transmitidas pelos mosquitos é uma questão de saúde pública de grande importância. De acordo com a OMS, em 2015, apenas a malária causou 438.000 mortes no mundo. Em relação à dengue, a incidência mundial aumentou 30 vezes nos últimos 30 anos e novos casos estão sendo relatados em regiões e países que anteriormente não haviam ocorrido.
A IQUEGO, visando o desenvolvimento de produtos e medicamentos seguros e efetivos a baixo custo para atender a comunidade em geral atravês do SUS, acredita que o aumento do uso do repelente acontecerá de forma gradual e exponencial se for realizado o incentivo ao uso de repelentes associado às ações de capacitação da população quanto ao seu uso.
Neste momento caminhamos para as últimas etapas de desenvolvimento, assim apresentamos um projeto descritivo com todas as etapas e foi solicitado a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas, o valor de R$733.624,00, para a realização dos testes, onde as formulações serão avaliadas em ambiente simulado relevante (externo) quanto à repelência contra os mosquitos Aedes Aegypt, e outras espécies, conforme recomendados nos guias da ANVISA para registro de produtos de repelentes de insetos. Após essa etapa, se prevê o escalonamento de produção industrial.
De acordo com o Presidente da Iquego, José Carlos dos Santos, o produto deve entrar no mercado para a população a partir de 2024. A intenção é que a Iquego coloque o medicamento no Setor Público via Sistema Único de Saúde (SUS).