A complexa tarefa de diferenciar o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) tem sido um desafio constante para profissionais de saúde mental. A psicóloga Ana Lara Vicari Duarte, graduada pelo Centro Universitário Campo Real e especialista em “Transtorno de Personalidade Borderline na Terapia Cognitivo-Comportamental", compartilha suas perspicazes observações sobre o diagnóstico dessas condições e as nuances que os separam em uma conversa com o Diário da Manhã.
Ana Lara afirma que esse diagnóstico muitas vezes é difícil já que tanto o Transtorno de Personalidade Borderline quanto o Transtorno Afetivo Bipolar possuem diversas semelhanças e que por isso é tão importante saber suas diferenças.
A psicóloga, relata que a diferença já está na própria designação dos transtornos, enquanto um é o transtorno de personalidade — borderline, o outro é um transtorno de humor — bipolar, que possuí dois subtipos principais, I e II e que por mais que os dois tenham alterações de humor sua principal diferenciação é na duração.
“Enquanto o Borderline possuí uma variação de humor rápida podendo mudar várias vezes durante o dia, o paciente Bipolar, estaciona numa fase depressiva, eufórica ou de humor “normal” durante dias, semanas e até meses”, afirma Ana Lara Vicari Duarte
Outra diferenciação que a profissional nos traz é em relação à identidade de cada paciente, segundo Ana Lara Vicari Duarte, os pacientes acometidos do Transtorno de Personalidade Borderline não possuem uma identidade bem definida, podendo alterar sua percepção de autoimagem e suas opiniões de forma rápida e extrema, já os pacientes com Transtorno Bipolar, possuem uma identidade mais concreta, sabendo bem o que querem e como querem.
Para concluir a psicóloga fala sobre a importância do tratamento terapêutico, além do psiquiátrico, já que ambos os transtornos levam muitas vezes a internação e suicídio.
“O tratamento medicamentoso sozinho não se mostra tão eficaz se não aliado a uma terapia, a terapia ajuda o paciente a prever seus comportamentos futuros, a analisar a fase de humor em que estão e a manejar seus comportamentos de forma mais segura”, finalizou a psicóloga Ana Lara Vicari Duarte.