Na cidade de Camocim, no Ceará, o inspetor da Polícia Civil, Antonio Alves Dourado, de 44 anos, surpreendeu a todos ao cometer um terrível massacre contra seus colegas de trabalho. O incidente ocorreu apenas três dias após ele receber um atestado de 15 dias por problemas psicológicos. Um documento anexado à defesa no auto de prisão revelou que uma psicóloga da Multiclínica Camocim descreveu sintomas apresentados por Dourado, incluindo insônia, desânimo, dificuldade de concentração e instabilidade emocional.
A psicóloga escreveu: "Necessitando de 15 dias de descanso. Necessitando de afastamento dos serviços laborais por 15 dias, iniciando hoje". Outro laudo, datado de 4 de junho do ano passado, mencionava que não houve contribuição suficiente por parte de Dourado no tratamento, sugerindo a necessidade de apoio jurídico para solucionar e preservar sua integridade física e psicológica.
No fatídico dia do massacre, Dourado chegou à delegacia de moto, por volta das 4h50 da madrugada, entrando pelos fundos, onde havia um terreno baldio. Ele possuía as chaves da delegacia e não encontrou impedimento para adentrar o local. Dirigiu-se ao alojamento dos policiais, onde atirou e matou a tiros os escrivães Antonio José Rodrigues Miranda, de 43 anos, Francisco dos Santos Pereira, de 47 anos, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira, de 36 anos. Dois deles estavam dormindo em redes no momento dos assassinatos.
O escrivão Antônio Cláudio dos Santos, de 46 anos, tentou fugir pulando da varanda da delegacia, mas foi atingido por disparos nas costas e faleceu. O relatório do local do crime indicou que Antônio Cláudio quebrou o braço ao pular da varanda, impedindo que se defendesse.
Após assassinar os quatro colegas, Dourado fugiu em uma viatura preta, mesmo com um pneu furado, segundo testemunhas. Ele retornou para sua residência, onde se entregou para policiais militares. Antes de se entregar, o próprio autor do atentado algemou-se.
Atualmente, Dourado está detido na Penitenciária Industrial de Sobral, mas a defesa solicitou sua transferência para o presídio da PM, argumentando que seria um local mais adequado para que ele pudesse dar continuidade ao tratamento psiquiátrico em andamento. A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do inspetor, diante da gravidade do ocorrido.