Nesta sexta-feira (24), a China emitiu um documento por meio do Ministério das Relações Exteriores, no qual pede que Rússia e Ucrânia retomem as negociações de paz o mais rápido possível, no primeiro aniversário do início da guerra entre os dois países. O conflito, que começou em fevereiro de 2022, tem aumentado as tensões e as preocupações internacionais.
"Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia a trabalhar na mesma direção e retomar o diálogo direto o mais rápido possível", declarou o Ministério das Relações Exteriores chinês, em um documento de 12 pontos para uma "solução política" para o conflito.
Além de pedir a retomada das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, a China rejeitou o uso de armas nucleares no conflito, preocupação que vem ganhando destaque nas últimas semanas. Isso ocorre dias depois que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a suspensão de sua participação em um tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos.
"As armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares nunca devem ser travadas. A ameaça ou uso de armas nucleares deve ser combatida", acrescentou o documento.
A China tentou se posicionar como parte neutra no conflito, embora mantenha laços com Moscou, seu aliado estratégico.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, se reuniu na quarta-feira (22) em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, durante uma visita em que apresentou a "solução política" da China para o conflito.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (23) que ainda não havia tido acesso ao plano apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores chinês e que gostaria de se reunir com representantes de Pequim para discutir a proposta antes de oferecer seus pontos de vista.
"Acho que é um fato muito positivo em geral que a China comece a falar sobre a Ucrânia e a enviar sinais", disse Zelensky.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, a China tem oferecido apoio diplomático e financeiro a Putin, mas tem se abstido de qualquer envolvimento militar ou envio de armas ao aliado.