Foto:Reprodução/ Nelson Almeida - AFP
Mesmo após a Justiça condenar em segunda instância o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT formalizou, nesta quinta-feira, 25, o anunciou de seu nome como pré-candidato à Presidência da República.
A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann anunciou a candidatura logo no início da reunião da Comissão Executiva Nacional do partido, em São Paulo, onde dois advogados vão discutir sobre o julgamento de ontem, 24, além de informar sobre os próximos passos no processo jurídico de Lula.
Condenação
O petista foi condenado em segunda instância pela turma de desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) a 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá.
A decisão amplia a pena estabelecida pelo juiz Sergio Moro, que havia condenado o ex-presidente em primeira instância a nove anos e meio de reclusão.
A defesa nega as acusações e afirmou que além de não haver provas contra o cliente, ele é alvo de perseguição política. Após o julgamento, Lula afirmou que a acusação é mentirosa.
Além disso, um dos advogados do petista, Cristiano Zanin disse que irá recorrer da decisão do TRF4. "Não houve qualquer demonstração de elementos concretos que pudessem configurar a prática de um crime", pontuou. Como a condenação foi unânime, a possibilidade de recursos do ex-presidente ficou reduzida.
Ficha Limpa
Hoffmann diz que apesar da Lei da Ficha Limpa prever que políticos condenados em segunda instância não podem se candidatar a nenhum cargo político, a condenação do TRF4 não tira Lula da eleição automaticamente.
Ela acrescenta que uma possível impugnação da candidatura do petista cabe somente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deverá levar em conta o que prevê a Ficha Limpa no momento em que analisar o caso do ex-presidente.
A presidente ainda afirmou que não falaria sobre a condenação, mas disse que a reunião era importante em virtude “do momento que estamos vivendo” e agradeceu o apoio dos partidos PCdoB, Psol, PSB, PDT e o PCO, além do senador Roberto Requião (MDB), de movimentos sociais e sindicatos do Brasil e de outros países.
"Desde 2014, não via mobilização tão grande da militância. É possível consolidação da centro-esquerda para enfrentar retrocesso”, completou.