As investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que estavam em curso no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) foi repassado ao Ministério Público Federal (MPF). O parlamentar é investigado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral, devido a divergências em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral.
O inquérito eleitoral envolvendo o senador foi repassado ao MPF do estado, após o juiz Flávio Itabaiana, da 204ª Zona Eleitoral, em que o caso tramita, no dia 3 de junho, após o MPRJ mudar a posição anterior para dar sequência as investigações, uma vez que a defesa de Flávio Bolsonaro entrou com mandado de segurança buscando acesso aos autos das investigações.
Em março deste ano a Polícia Federal (PF) participou das investigações e enviou um relatório à Justiça, onde defende o arquivamento do caso. Em maio o promotor Alexandre Themístocles, titular do MPRJ, junto a 204ª Zona Eleitoral, não concordou com o relatório da PF, e defendeu a continuidade das investigações.
O promotor em sua decisão solicitou o apoio do Grupo de Atuação Especializadas no Combate à Corrupção (Gaecc) do MPRJ, em os promotores atuam também no caso envolvendo o esquema de "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O promotor revisou sua decisão anterior e pediu o arquivamento do caso, de acordo com a publicação do jornal O Globo o MPRJ não se pronunciou sobre o caso, e agora com a decisão proferida pelo juiz de Itabaiana, as investigações serão conduzidas pela 2ª Câmara Criminal do MPF.
Em nota a defesa do senador afirmou que entrou com mandado de segurança junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), para ter acesso aos autos da investigação. De acordo com os advogados de Flávio Bolsonaro, o magistrado cria dificuldades no caso, e afirmou que ainda que irá pedir o impedimento de Itabaiana de atuar no caso, devido ao magistrado ser responsável pela investigação do esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
O juiz Itabaiana foi o responsável por determinar as investigações do MPRJ, sobre o caso da rachadinha, com autorização da quebra de sigilos bancários e fiscal do senador e de outras 103 pessoas, empresas entre os meses de abril e maio do ano passado. Conforme o periódico, em dezembro do ano passado, o magistrado determinou medidas cautelares para busca e apreensão em endereços ligados a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e familiares, como Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, que na época eram funcionários no gabinete do senador na Alerj.