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Vídeos indicam que tumulto causado por 'mascarados' em Pirenópolis pode ser antecipação de campanha

Uma grande confusão em Pirenópolis pode ter relação com o início de ações de campanha eleitoral. Nas redes e na imprensa, que adotou a postura de checar os fatos junto às autoridades, o caso foi tratado como fake news para prejudicar a imagem do governador Ronaldo Caiado.

Um vídeo postado nas redes mostra o que seria a confraternização entre os integrantes de um grupo de pessoas que, no último domingo (05/06), teria supostamente tentado impedir a realização das Cavalhadas de Pirenópolis.

Na legenda da peça, um deputado do PSDB diz que estaria naquele evento "reforçando" o time dos "mascarados", numa referência ao grupo suspeito de tumultuar a festa. O grupo, segundo informado por moradores, tentou impedir a entrada dos cavaleiros no campo de batalha.

Gustavo Sebba, que tem nome veiculado a faixas que aparecem nas mãos de participantes, é pré-candidato à reeleição pelo PSDB.

O vídeo revela uma festa regada a churrasco e música. E informa que o grupo está disposto a partir para o enfrentamento contra o que acreditavam ter sido uma ordem do governador Ronaldo Caiado.

Em tempo: o secretário de Cultura de Pirenópolis, Ronaldo Félix de Fontes, afasta qualquer relação do governo do Estado e mesmo da prefeitura com o ocorrido.

Segundo Ronaldo Félix, o grupo tentou impedir a entrada dos cavaleiros, o que atrasou a festa. "Esse pessoal foi informado de que não poderia adentrar o campo de batalha portando faixas, mas eles insistiram em bloquear a entrada dos cavaleiros, daí o princípio de tumulto", explicou o secretário.

Outro vídeo que circula nas redes mostra faixas de apoio ao ex-governador Marconi Perillo e um homem, que não mostra o rosto, dizendo que o grupo teria recebido dinheiro do político para que fizesse a manifestação. "O Marconi deu uma grana pra eles beber (sic). Abriu uma faixa lá…", diz montado a cavalo.

Nos bastidores se fala que o intuito da baderna era reunir material para ser usado na campanha eleitoral.

Os mascarados são figuras folclóricas das Cavalhadas de Pirenópolis e representam, dentro da concepção da festa popular, a liberdade e a rebeldia. Não são raros os episódios de algazarras e tumultos causados por mascarados durante os festejos.

Em 2011, ainda na gestão do próprio governador Marconi Perillo (PSDB), a Polícia Civil tentou uma forma de identificar os mascarados para coibir atos de vandalismos.

Na época, uma ação civil pública interposta pelo MP-GO conseguiu que fosse terminou que o município cadastrasse, com descrição de roupa e máscara, todas as pessoas que quisessem se vestir de mascarado na Festa Divino Espírito Santo e lhe dar um número de identificação. Os mascarados, segundo a decisão, deveriam se abster de perturbar as Cavalhadas durante as apresentações.

A motivação da ação foram as frequentes queixas de que vândalos escondem-se por detrás das máscaras para protagonizar atos estranhos ao evento, muitas vezes extrapolando o direito de manifestação, causando tumultos no sentido de inviabilizar a própria festa. Em 2013, a Associação para Preservação dos Mascarados de Pirenópolis (Ama) propôs um projeto de lei no Poder Executivo exigindo o anonimato de quem participa da festa fantasiado.

Com intuito de encontrar o meio termo e garantir a segurança do evento e de todos que dele participam, a Lei 720/2012 dispõe que ao 'mascarado' que exceder sua participação nos festejos serão aplicadas normas do Código Penal Brasileiro.

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