Bruno Calandrini, delegado da Polícia Federal, pediu ao STF a prisão de membros da cúpula do órgão. Calandrini acredita que houve interferência nas investigações do caso do escândalo do MEC. A ministra Carmem Lúcia é a relatora do inquérito que está em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Cronologia
Em março, o Estadão revelou que pastores sem cargo no governo atuavam como intermediários de verba pública no MEC. Logo depois disso, soube-se que o presidente Jair Bolsonaro havia avisado o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, da possibilidade de Milton ser alvo de busca e apreensão. Posteriormente, Ribeiro foi preso em Santos na operação Acesso Pago, da PF.
Suspeita de interferência
No dia 22 de junho, Ribeiro foi preso no litoral paulista e o delegado Bruno Calandrini pediu sua transferência para Brasília. O Pedido não foi atendido e, já no dia seguinte, o desembargador Ney Bello deferiu liminar que cassou a prisão preventiva.
De acordo com o delegado da Polícia Federal, a corporação deu tratamento diferenciado ao ex-ministro e, por isso, o pedido de prisão de membros da cúpula do órgão.
Repercussão
Dentro da PF o pedido de prisão deixou membros da corporação indignados. Poucos acreditam que a ministra vá acolher o pedido, mas, por outro lado, nenhum deles sabe ao certo o que embasa a petição apresentada ao Supremo. Bruno não submeteu o pedido a seus superiores por questões óbvias.
Represálias?
Segundo alguns de seus colegas, Calandrini pode responder por abuso de autoridade se não justificar seus motivos. Um delegado disse a seguinte frase: "quero ver quem vai cumprir", porque se Carmem Lúcia deferir o pedido, a prisão deverá ser realizada por policiais da própria PF.
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