O advogado Bernardo Fenelon deixou recentemente a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro. Cid está preso desde maio sob suspeita de participar de um esquema de desvio e venda de joias recebidas por Bolsonaro durante seu mandato na Presidência.
Fenelon é o segundo advogado a deixar a defesa de Cid. Antes dele, Rodrigo Roca também havia se desligado do caso. A Polícia Federal investiga se Cid vendia as joias no exterior e repassava o dinheiro em espécie para Bolsonaro, tentando ocultar a origem dos recursos.
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Em um dos episódios investigados, Cid teria vendido dois relógios de luxo por US$ 68 mil durante uma viagem presidencial aos EUA em junho de 2022, depositando o valor na conta do pai no exterior. Em outra viagem em dezembro, após a derrota de Bolsonaro nas eleições, também teriam sido levadas joias para serem vendidas nos EUA.
Diálogos obtidos pela PF indicam que Cid e outro assessor presidencial, Marcelo Câmara, discutiam as restrições à venda dos bens no exterior e a necessidade de justificar o destino dos recursos. "Só dá pena porque estamos falando de 120 mil dólares", teria dito Cid.
A PF também investiga uma "operação resgate" feita por Cid para recuperar um "kit ouro branco" de joias da Arábia Saudita após temor de decisão do TCU que obrigasse a devolução dos presentes. As joias foram devolvidas sem menção à tentativa de venda no exterior. A PF vê indícios de enriquecimento ilícito de Bolsonaro no esquema.