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Eleições 2024

Congressistas podem entrar no páreo por prefeituras goianas

Interessados nas gestões municipais, Goiás poderá ter, nas eleições do ano que vem, um senador e cinco deputados federais

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A pouco menos de um ano das eleições de 2024, os partidos políticos em Goiás e, principalmente parlamentares, começam a viabilizar projetos eleitorais e preencher “espaços vazios na política”, neste momento, das pré-candidaturas.

Dos três senadores goianos, o único que vai enfrentar as urnas ano que vem é Vanderlan Cardoso (PSD), que pretende concorrer à prefeitura de Goiânia pela terceira vez. Dos 17 deputados federais, cinco devem disputar o Paço Municipal: Adriana Accorsi (PT) e Gustavo Gayer (PL) e Silvye Alves (UB). Já Professor Alcides (PL) e Glaustin da Fokus (Podemos) estão de olho na prefeitura de Aparecida de Goiânia. Lêda Borges (PSDB) pensa em concorrer em Valparaiso de Goiás, cidade onde já foi prefeita.

Movimentação

Vanderlan Cardoso ainda não confirmou a pré-candidatura, o que deverá ocorrer em janeiro. Ele enfrenta dificuldades em formatar alianças com os partidos, embora apareça bem posicionamento nas pesquisas eleitorais. Não há sinais de aproximação política entre o senador e o governador Ronaldo Caiado, pretensão inicial do empresário. Caiadistas não esquecem que Vanderlan não apoiou, conforme prometido, a campanha pela reeleição do governador em 2022.

A deputada Adriana Accorsi (PT) vai ser aposta do governo Lula para a disputa à prefeitura de Goiânia. Já foi feito o pré-lançamento da campanha. Ela concorreu duas vezes ao cargo, sem sucesso. Aparece bem nas pesquisas eleitorais. É filha do ex-prefeito Darci Accorsi (in memorian).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Goiânia, este ano, para o lançamento da pré-candidatura do deputado federal Gustavo Gayer, de seu partido, à prefeitura. Gayer ficou em quarto lugar na disputa pelo Paço Municipal em 2020.

A deputada federal Silvye Alves, considerada uma outsider por ser apresentadora de televisão e que obteve expressiva votação em 2022, pode ser a aposta do União Brasil do governador Ronaldo Caiado para as eleições em Goiânia. Ela se mantém em silêncio sobre o projeto eleitoral.

Geopolítica

O União Brasil, partido presidido em Goiás pelo governador Ronaldo Caiado, busca a hegemonia na eleição das 246 prefeituras do estado e, por isso, atua pelo lançamento de nomes competitivos, entre eles deputados estaduais. A meta do UB é a eleição de 120 prefeitos.

O MDB, presidido pelo vice-governador Daniel Vilela, trabalha pelo protagonismo eleitoral, na tentativa de eleger pelo menos 50 prefeitos.

Os demais partidos que gravitam em torno do Palácio das Esmeraldas, como o PSD, PDT, PP, Republicanos, Solidariedade e Avante, também contam com candidaturas de parlamentares para recuperar espaços de poder junto às prefeituras do estado.

Para as legendas, vitórias de parlamentares em prefeituras significam gerir grandes orçamentos e, além disso, continuar com presença no Poder Legislativo Estadual por meio dos suplentes, que podem se tornar novas lideranças partidárias. Por exemplo, a meta do MDB para 2024, será reconquistar o poder em vários municípios.

O PT, que tem apenas três prefeitos em Goiás, quer mudar o cenário nas eleições do ano que vem. E espera vencer em duas grandes cidades: Goiânia com Adriana Accorsi, e Anápolis, com Antônio Gomide. Como trunfo, os petistas vão explorar o respaldo do governo Lula.

O governador Ronaldo Caiado ainda não deflagrou o processo sucessório na base aliada, o que deverá fazer apenas a partir de janeiro de 2024. Além lá, os partidos governistas vão estimularas pré-candidaturas, inclusive de deputados federais e estaduais, sem qualquer definição antecipada.

Os deputados Professor Alcides (PL) e Glaustin da Fokus (Podemos) estão interessados na disputa pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, segunda maior colégio eleitoral do estado. Alcides lidera as pesquisas de intenção de votos e vai contar com o respaldo do ex-presidene Jair Bolsonaro. Glaustin ainda não confirmou a pré-candidatura.

A deputada Lêda Borges deve concorrer à prefeitura de Valparaiso de Goiás, cidade do Entorno do Distrito Federal. Ela já foi prefeita da cidade e deputada estadual. É do PSDB marconista, mas tem bom diálogo com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Mais da metade da bancada de deputados federais do estado de Goiás – 9 de 17 – foi reeleita nas eleições de 2022. O PL foi o partido que mais conquistou cadeiras: 4. PT, União Brasil, MDB e PP elegeram 2 deputados cada; Republicanos, PSC, PSD, PSDB e PDT, 1 cada. Os mais votados, no entanto, foram a ex-apresentadora de televisão Silvye Alves (União Brasil), que recebeu 254 mil votos, e o youtuber Gustavo Gayer (PL), com mais de 200 mil.

A taxa de renovação da bancada de Goiá na Câmara dos Deputados foi de menos de 50%. Dos 17 parlamentares do estado, oito são novatos e nove se reelegeram. Nove deputados federais se reelegeram em Goiás: Flavia Morais (PDT), Glaustin da Fokus (PSC), José Nelto (PP), Adriano Baldy (PP), Zacharias Calil (União Brasil), Professor Alcides (PL), Rubens Otoni (PT), Celio Silveira (MDB) e Magda Mofatto (PL).

Oito deputados federais novatos foram eleitos em Goiás: Silvye Alves (União Brasil), Gustavo Gayer (PL), Delegada Adriana Accorsi (PT), Marussa Boldrin (MDB), Daniel Agrobom (PL), Jeferson Rodrigues (Republicanos), Ismael Alexandrino (PSD) e Lêda Borges (PSDB).

Fora da disputa, Mendanha é lembrado para vereador na capital

Com retorno acertado ao MDB, partido que o projetou para a política e do qual havia saído em setembro de 2021, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha não deve mesmo reunir condições jurídicas para disputar a prefeitura de Goiânia no ano que vem, avaliam especialistas.

A legislação vigente e a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) vedam um terceiro mandato consecutivo de prefeito, ainda que em municípios distintos, o que seria o caso de Mendanha. Diante disso, os futuros correligionários de Mendanha consideram consultá-lo sobre a possibilidade de concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal de Goiânia nas próximas eleições.

De acordo emedebistas simpáticos à ideia, ouvidos pela reportagem, com a sua popularidade e apelo eleitoral também em Goiânia – o ex-prefeito lidera a maioria dos levantamentos de intenção de voto para o Paço em 2024 -, Gustavo Mendanha seria capaz de contribuir com a chapa proporcional do MDB na capital, e, com uma votação expressiva, elevar o quociente partidário. “Acreditamos que o Gustavo tenha votos além do quociente eleitoral, o que contribuiria para que o partido tivesse quociente partidário suficiente para eleger mais cadeiras na Câmara”, avaliam.

O movimento que começa a tomar corpo dentro do MDB entende que o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia poderia pleitear a presidência da Casa e assumir uma posição de destaque na política municipal da capital, ajudando sobremaneira a resgatar as boas práticas políticas no município, restabelecendo o equilíbrio da relação Paço/Legislativo. Ademais, relembram, Mendanha poderia repetir Jorge Kajuru, que, eleito o vereador mais bem votado de Goiânia em 2016, foi eleito senador da República em 2018.

“Não seria demérito algum para o Gustavo Mendanha, caso ele concorresse à Câmara Municipal, pelo contrário. Ele teria um papel muito importante nesse processo de resgate do equilíbrio que a política goianiense está a reclamar. Como presidente do legislativo municipal, ele ajudaria muito Goiânia e seu povo, e depois poderia, perfeitamente, se candidatar ao Senado em 2026”, explica um emedebista.

Esse assunto, no entanto, ainda não foi discutido nem entre a cúpula do partido e, nem tampouco, pelo próprio Gustavo Mendanha, que prefere aguardar a decisão do TSE sobre a consulta que fez ao tribunal.

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