O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido pela Polícia Federal (PF) em Florianópolis, na manhã desta quarta-feira (9), como parte da Operação Constituição Cidadã. A investigação visa esclarecer a suspeita de interferência no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Silvinei Vasques, que comandava a PRF na época das eleições, está sendo conduzido para Brasília após sua prisão na capital catarinense. A operação abrangeu quatro estados - Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte - e contou com o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que ordenou a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram emitidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A ação tem como foco investigar possíveis crimes de prevaricação, violência política, além de ações que possam ter impedido ou dificultado o exercício do sufrágio (voto) e ocultado o fornecimento de recursos essenciais no dia da eleição, em desacordo com o Código Eleitoral Brasileiro.
Uma das figuras alvo da operação é o ex-corregedor-geral da PRF, Wendel Matos, responsável pelo arquivamento parcial das denúncias de interferência nas eleições. Também estão sob investigação integrantes da PRF que teriam supostamente direcionado recursos humanos e materiais para dificultar o trânsito de eleitores durante o segundo turno.
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Em junho deste ano, Silvinei Vasques compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, onde negou veementemente as acusações de interferência nas eleições presidenciais e defendeu a atuação da PRF. No entanto, ele admitiu estar envolvido em um processo por improbidade administrativa no Rio de Janeiro. Em julho, a CPMI aprovou a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de Vasques.
Durante o segundo turno das eleições de 2022, a PRF conduziu mais de 500 operações de transporte de eleitores em estradas pelo país. Tais operações foram interrompidas após ordem da Justiça Eleitoral.
A operação desta quarta-feira visa esclarecer se houve uso indevido da máquina pública para influenciar o processo eleitoral, especialmente relacionado ao direcionamento de recursos para dificultar o deslocamento de eleitores.