O portão da casa de um casal gay foi pichado com mensagens homofóbicas e nazistas no sábado (29), em Brás de Pina, na Zona do Rio. Sérgio e André não hesitam em denunciar o caso para a polícia.
O recepcionista André estava indo comprar farinha de trigo para a receita de bolo quando fechou o portão e viu a pichação com a frase “fora gays” e uma suástica nazista ao lado. Ele conta que no mesmo momento procurou pelo marido.
“A gente passou por essa situação muito assustadora. Essa mensagem ameaçadora no nosso portão, levei um impacto, senti um medo tão grande e voltei pra dentro de casa”, relata André Dias.
"Uma ameaça homofóbica, que fazia apologia ao nazismo além de ser um ato de vandalismo contra a propriedade privada. Fora uma ameaça embutida porque a pessoa sabe que eu sou casado com outro homem e quer que os dois saiam daqui, como se não tivesse lugar pra gente aqui. Eu moro aqui há mais de 50 anos”, afirma o professor de inglês Sergio Viula.
O casal registrou a ocorrência pelo Portal da Secretaria de Segurança Pública do Estado e o caso será investigado pela 22ª DP (Penha). A denúncia também foi protocolada pela internet no Ministério Público Federal e no Ministério dos Direitos Humanos.
“Espero que essa pessoa ou grupo possa ser responsabilizado por isso de maneira correta dentro da lei e a gente precisa de segurança né. Eu não tinha câmera voltada pro portão, mas os meus vizinhos têm câmera”, reforça André.
Eles afirmam que não tem problemas com a vizinhança e contam com o apoio dos moradores para ajudar a encontrar os responsáveis. Além da insegurança e medo da situação já vivida, eles temem novos ataques.
“O pior de tudo é como garantir que a pessoa que escreveu isso não volta amanhã e joga um coquetel molotov no portão ou uma pedra? Minha mãe pode estar ali mexendo no jardim e ainda tomar uma pedrada, fico até nervoso de pensar isso”, lamenta Sérgio.
André e Sérgio moram juntos há sete anos no mesmo lugar, uma vila familiar e diversa.
“Parece a vila do chaves arco-íris porque havia irmã vive um relacionamento de casamento inter-racial, a minha mãe vive num relacionamento binacional, a minha outra irmã é casada com uma mulher que é filha de militar já falecido. E eu e o André somos um casal gay, ainda por cima intergeracional porque eu tenho 54 anos e vou fazer 34”, afirma o professor de inglês Sérgio.