Ao longo de trinta anos venho trabalhando na área da saúde: física, mental e espiritual, especificamente como Psicólogo e Psicoterapeuta e, não apenas observando, mas experienciando um verdadeiro caos por que passa a saúde em nosso País, entretanto, o artigo in loco tem como objetivo primeiro argumentar sobre as “falhas” individuais da maioria dos profissionais Médicos, Psiquiatras e Psicólogos.
Segundo um telejornal a cada cinco minutos alguém perde a vida por negligência médica, da enfermagem ou por falta de estrutura dos atendimentos em postos e hospitais. Mas o principal é a falta de um diagnóstico mais preciso, por exemplo minha genitora (hoje com 94 anos) tomou medicação para o coração por uns dez anos até que seu ginecologista a diagnosticou com uma tiroide interna – fez a cirurgia e acabou o “problema cardíaco”. Recentemente um jovem perdeu a vida após onze internação e diversos diagnósticos errados. Oitenta por cento dos diagnósticos de esquizofrenia estão errados. E assim vai.
Num artigo anterior falamos sobre diagnóstico e prognótico (veja no site da ABP), fazendo algumas observações sobre diagnóstico feitos a “toque de caixa” e, consequentemente, impossível traçar um prognóstico para o tratamento do paciente, seja enfermidade física ou psíquica.
Qualquer tratamento médico deve ser pautado em evidências, em informações “precisas” e não em achismo e experiências apenas.
Tenho um paciente de nove anos que já fui submetido a uma série de exames e as conclusões ficam apenas no “acho que deve ser isso”; um profissional não pode basear seu diagnóstico em achismo. Uma criança nestas circunstâncias além de não ser tratada adequadamente vai carregar uma série de traumas de suas “possíveis enfermidades” com base em “acholologia”.
Outra paciente de oito anos foi a um odontólogo para fazer uma limpeza gratuita (aquelas que alguns profissionais vão às escolas para oferecer), voltou da consulta convencido que tinha que usar aparelho com urgência porque, caso não colocasse, seus dentes iriam crescer para fora.
Mesmo não sendo da área, mas ouvindo a mãe assustada, fiz a seguinte pergunta: a criança já trocou toda sua dentição? Claro que não doutor: responde a mãe. Fiz meu argumento para acalmar a mãe e, principalmente a criança, penso que não seria muito correto colocar aparelho numa criança que ainda está com seis dentes de leite e uns ainda crescendo. Sugiro que leve seu filho a outro profissional para verificar o diagnóstico feito pelo o outro profissional. Conclusão: o outro profissional mais atencioso disse que ainda era muito cedo para traçar um diagnóstico e que deveria esperar a criança trocar sua dentição.
Não temos a intenção de agredir ou mesmo denegrir a imagem de qualquer profissional ou da medicina e adjacências, entretanto, torna-se necessário fazer alguns comentários sobre alguns profissionais que acabam criando dúvidas quantos a eficácia da Medicina e da Psicologia, devido à má atuação de muitos profissionais que se preocupam mais com os valores materiais do que com a vida humana.
Ademais, sabe-se que muitas vezes o médico empenha todos os seus esforços em busca da cura de seu paciente. Apesar disso não obtém a tão esperada cura, por motivos alheios à sua vontade, até mesmo porque o organismo humano não é único; varia de pessoa para pessoa, tendo cada uma um resultado em seu tratamento.
Contudo, isso não justifica o médico não tratar o seu paciente com a dignidade que merece, pois atrás das dificuldades enfrentadas para o médico trabalhar, existe um doente que necessita de cuidado.
Não se justifica um erro com outro erro; não se admite uma desculpa para o quê não há desculpas.
Através deste estudo, pode-se ver a evolução tanto da medicina quanto do direito.
Existem os direitos e os deveres de cada um, ou seja, das vítimas e dos médicos. Direitos e deveres que têm de ser respeitados.
Hoje é muito mais fácil ingressar com demandas contra médicos e, diante disso, cabe ao profissional médico se precaver, tomar todas as medidas cabíveis e necessárias para se prevenir de futuros prejuízos, que lhes poderão ser caros a medida da extensão dos erros.
Mais caro ainda é para a vítima, que amargará a consequência de um erro por toda a sua existência, e para o próprio familiar que vê seu ente amado, acamado, debilitado, impossibilitado de viver a sua vida com a dignidade devida.
Até que ponto pode ir um erro, até que ponto se repara um dano?
São perguntas sem respostas, que só as vítimas poderão responder, ou pelo menos tentar mensurar o imensurável.
É com base nesses dados que se traduz a importância deste estudo, de evitar que profissionais continuam apenas achando isso ou aquilo e não se baseia o diagnóstico do paciente com base nas evidências e até mesmo para justificar seus anos dentro da faculdade e pós ela.
Segundo alguns estudos esses erros vêm também do excesso de faculdades de Medicina e Psicologia sem nenhum critério para formação de profissionais que irão ligar com a vida humana, seja do ponto de vista físico, como também mental.
A maioria de meus pacientes estudantes de medicina, quando lhe pergunto o que ele pretende durante o curso, muitos não falam do processo; mas já falam de estarem formado e ganhar muito dinheiro e ser famoso. Muito triste.
Esse pequeno artigo está voltado também ao profissional da medicina no sentido de fazer com que este previna o dano, começando por tratar o seu paciente com dignidade e respeito já é um bom começo.
Enquanto o achismo estiver presente dentro de hospitais e consultórios espalhados pelo nosso País o mais prejudicado sempre será o paciente, principalmente num País de analfabetos que ninguém questiona nada e deixa sua vida entregue àqueles aos quais ele (paciente) confia.
Quantos pacientes em cuidei nestes trinta anos de consultórios e quantos absurdos eu tive o desprazer de ficar sabendo diante de diagnósticos dos mais absurdos possíveis.
Recebi um paciente anos atrás sendo tratado de depressão grave, quando na verdade o paciente estava com anemia profunda.
Finalmente, não creio que em pleno o século XXI ainda vamos continuar cometendo erros infantis pela preguiça de pensar ou de buscar ajuda a outros profissionais para se chegar a um diagnóstico mais próximo da realidade da enfermidade a ser tratada.
Com base de que somos todos aprendizes, precisamos encarar nossa realidade e nos tornarmos mais humildes e tirar um pouco de nós nossa arrogância de que “somos deus”.
(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, artista plástico, prof. Educação Física, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. Watsapp – 984719412 – Cons. 30937133 Email: rabelojosegeraldo@yahoo.com.br e/ou rabelosterapeuta@hotmail.com)