Um servidor da Câmara dos Deputados identificado como Leandro Cezar Vicentim é suspeito de ter desviado ao menos R$ 5 milhões da Previdência dos parlamentares. O departamento de Polícia Legislativa da Casa investiga o caso. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o funcionário foi afastado do cargo meses depois do início das suspeitas.
De acordo com o Estadão, apurações iniciais apontam que o servidor abriu uma empresa com a mesma nomenclatura do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC). O esquema consistia em recolher contribuições dos políticos, pagas em boleto bancário, e destinar para uma conta da empresa em questão, em vez serem repassadas ao fundo previdenciário.
As primeiras suspeitas segundo o jornal, surgiram em dezembro de 2017. Na ocasião, o homem estava de férias e um outro funcionário acabou abrindo um envelope endereçado a Vicentim por acreditar que se tratava de algum assunto ligado ao plano dos deputados. No entanto, quando abriu o documento deparou-se com os recibos da empresa particular nomeados com a sigla PSSC.
Leandro foi afastado do cargo no dia 2 de fevereiro de 2018. Além disso, um processo administrativo disciplinar e um inquérito policial foram abertos contra ele. No mesmo período, a Secretaria de Controle Interno iniciou auditoria nas contas do plano. A suspeita é de que o rombo seja maior do que o valor divulgado inicialmente.
Funcionários da Câmara afirmaram que o suspeito trabalhava na Casa há cinco anos e dominava todo o sistema de Previdência dos parlamentares.
Resposta
À reportagem, o servidor negou que tenha causado qualquer prejuízo à Câmara e disse que tinha o consentimento dos deputados para realização dos investimentos paralelos ao Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC). Por meio de seu advogado, Maurício Carneiro, Leandro informou o da Câmara informou que não cometeu “qualquer tipo de ilícito”.
Segundo a defesa, o funcionário realizou os investimentos em paralelo ao plano de Previdência. “Ele não se apropriou de nada”, comentou. O advogado afirmou ainda que houve “anuência das partes envolvidas” e que os políticos tiveram “inclusive lucro”.