Por muito tempo, a resposta para essa pergunta, quando chegávamos ao dentista, era: "Bem, temos algumas opções caso não queira deixar o espaço. Normalmente, se fossem os dentes anteriores, todo mundo buscaria uma solução, por mais simples que fosse: uma prótese de grampo, uma prótese provisória acrílica ou uma fixa. Sempre essas foram as opções existentes para dentes perdidos.
Quando na região posterior, "Ah! Ninguém vai ver", algumas falhas permaneciam ao longo da vida e as consequências também. Porém, muita gente perdia e ainda perde todos os dentes, e os usuários de dentadura sempre tinham limitações de uma prótese que movimentava na boca, machucava muitas vezes e prejudicava o paladar.
O grande problema sempre foi como reestabelecer de maneira mais segura e estética a mastigação e o sorriso. A história da odontologia mudou quando Per-Ingvar Brånemark, médico ortopedista sueco, descobriu a osseointegração, processo onde o titânio e o osso se unem integralmente, tornando-se então o pai da implantodontia, ciência da odontologia que revolucionou os tratamentos odontológicos e a qualidade de vida dos pacientes.
O reconhecimento da especialidade pelo Conselho Federal de Odontologia aconteceu em 1990, e em 1987 foi feito o primeiro implante no Brasil. Basicamente, o implante é uma estrutura de titânio estéril em forma de parafuso que é fixada na maxila e na mandíbula com a função de substituir as raízes dos dentes ausentes para que, na sequência, dentes (próteses) sejam instalados sobre esses pinos.
É muito importante salientar que o implante é a estrutura que substitui a raiz perdida, não o dente por completo. A estrutura externa ao osso chamamos de coroa dentária, e essa será substituída por uma coroa protética. A função dos implantes é dar suporte e estabilidade para os dentes artificiais. Próteses totais, parciais, não movimentarão na boca, gerando um imenso benefício na alimentação e na fala.
O implante só poderá ser instalado em pessoas que tenham osso na região desejada. Caso não tenha, deve ser avaliada a possibilidade de enxerto ósseo. Algumas doenças ou hábitos prejudicam, comprometem ou impedem a instalação do implante. Fumar, doença periodontal sem tratamento, diabetes descompensada são exemplos.
Nem todo implante é igual. Existem modelos e marcas, o que justifica a variação de valores e técnicas. A escolha do profissional deverá ser informada ao paciente para que ele saiba vantagens e desvantagens e opções. A implantodontia é um caminho sem volta e evolui rápido. Implantes que cicatrizavam de 6 a 8 meses agora podem fazê-lo em 60 dias. Os riscos de perda estão cada vez menores e o custo cada vez mais acessível ao paciente, dando a todos a opção e o direito a uma melhor saúde bucal.
*Daniella Mendonça, cirurgiã dentista, especialista em prótese e reabilitação oral e atuante na área de harmonização orofacial. CRO 5473