A inflação de Goiânia no ano passado foi a mais alta desde 2002 e atingiu 14,18%, puxada principalmente pelos itens do grupo de habitação (energia elétrica, água e esgoto, gás de cozinha e etanol) e alimentação (açúcar, legumes/tubérculos, óleo de soja, frutas, feijão, arroz e carnes). Os dados foram apurados pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), da Secretária de Gestão de Planejamento (Segplan).
O ano de 2015 (14,18%) registrou o maior índice inflacionário desde 2002 (19,47%), alcançando em mais de dez anos a casa dos dois dígitos. A alta ainda se torna mais perceptível quando comparada à 2014, que fechou com um valor de 8,42%.
O primeiro semestre de 2015 registrou maior variação devido aos reajustes em taxas como a energia elétrica, água e esgoto. O inflação foi de 7,58%, quase o dobro do que foi registrado no mesmo período do ano passado. Durante todo o ano houveram aumentos continuados, que pressionaram a inflação, foram eles: combustível, energia e saneamento básico, o que afetou toda a cadeia produtiva dos demais setores.
“No ano passado, a inflação chegou pra valer em todos os grupos de pesquisas, para todas as classes sociais, tirando o poder de compra, corroendo os salários e empobrecendo mais a população”, constata o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais da Segplan, economista Marcelo Eurico de Sousa.
Todos os grupos que compõe o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) tiveram alta, no ano passado, em Goiânia. O campeão foi a habitação com elevação de 26,50% em relação a 2014, puxado pelos aumentos das tarifas de energia elétrica (56,37%), água e esgoto (39,56%) e gás de cozinha (35,35%).
O grupo alimentação que já havia subido 10,46% em 2014, deu outro salto de 14,55% no ano passado, influenciado pela alta de produtos como cebola, açúcar, tomate, melancia, batata inglesa, ovos, feijão carioca, cenoura, frango, óleo de soja, costela bovina, arroz, leite e outros.
De acordo com a Seasa o aumento das chuvas e falta de produtos alimentícios em Goiás puxaram a inflação deste setor no final de 2015, uma vez que o estado precisou comprar os alimentos de outras federações do país ou até mesmo importar. Há também a relação desigual entre oferta e demanda, que se estabelece na época do Natal. A procura aumenta, porém a oferta não acompanha o ritmo.
A alta dos alimentos também pesou no custo da cesta básica para os goianienses, que ganharam um salário mínimo, no ano passado. Os 12 itens que compõe a cesta subiram 22,73%, mais do que o dobro do índice registrado no ano anterior: 9,92%.
No grupo transportes, os destaques foram para as altas do etanol, ônibus urbano e taxi. Puxaram os custos do grupo edução os artigos de papelaria e mensalidade escolar do ensino fundamental. No grupo da saúde e cuidados pessoais, os itens que mais subiram foram o creme dental, sabonete e papel higiênico.
No ano passado também sofreram altas, os grupos de despesas pessoais, artigos residenciais, comunicação, destaque para o telefone celular pós-pago e o vestuário.
Em Dezembro, o IPC de Goiânia teve variação de 1,20%, mais alto do mês em referência desde 2007, embora tenha caído em relação a novembro (1,95%). Os grupos: alimentação e habitação também foram os responsáveis pela alta da inflação.
Entre os diversos produtos que ficaram mais caros no mês passado, estão o feijão carioca, tomate, melancia, açúcar e leite. No grupo de habitação, os itens que influenciaram foram a tarifa de água e esgoto e gás de cozinha.
A cesta básica do trabalhador goianiense, no último mês do ano passado também aumentou 3,86%, influenciada pelos preços do feijão, legumes/tubérculos, leite e frutas. A cesta é composta por 12 produtos, sendo que dez deles obtiveram alta em seus valores, e os únicos que tiveram recuo de cotação foram o pão (-4%) e a margarina (-0,55%). O valor da cesta ficou em R$ 319,28, de acordo com a estatística do IMB/Segplan.
A expectativa é de que os aumentos vão continuar durante o ano de 2016, puxando a inflação para cima. Há ainda a previsão do aumento da tarifa dos ônibus da capital, de R$ 3,30 para R$ 3,80. O aumento deve valer a partir de fevereiro.
As recomendações para os consumidores é a pesquisa de preços, especialmente dos alimentos e evitar gastos que vão se estender por muito tempo, como é o caso dos longos parcelamentos.