Muito se questiona e pouco se sabe sobre a origem e a natureza dos Espíritos.
Pode-se dizer que são os seres inteligentes da criação e que povoam o universo, fora do mundo material.
A própria palavra Espírito, quando escrita com “E”, designa individualidades dos seres extracorpóreos e com “e” minúsculo refere-se ao elemento inteligente do universo.
Assim, fica claro que os Espíritos são a individualização do princípio inteligente tanto quanto os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo como essa formação se operou é que são desconhecidos.
Jesus nos disse, em João 5:17 - meu Pai trabalha sempre e eu não cesso de trabalhar. Daí se deduz que a criação dos Espíritos é permanente.
Questiona-se, frequentemente, se os Espíritos têm fim. Sabendo-se que o princípio donde eles emanam é eterno, indagam se suas individualidades tem um termo e se em dado tempo, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se dissemina e volta “à massa” donde saiu, como sucede com os corpos materiais.
Os próprios Espíritos informam que a existência dos Espíritos não tem fim. As vezes ouve-se empregar a palavra espírito como sinônimo de inteligência, como quando se diz: “É uma pessoa de espírito...” , referindo-se a alguém que seja muito inteligente ou bem humorado. Mas, na realidade, embora tenham um principio, a inteligência é um atributo essencial do Espírito.
Em artigos anteriores fizemos reflexões sobre os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, tendo nos referido ao primeiro deles, a existência de Deus, como também já nos referimos ao que o secunda, um tema sobre Jesus, nosso Mestre e Guia. Estamos abordando agora o terceiro princípio - o perispírito. Trata-se do invólucro fluídico e permanente da alma, um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, que temporariamente reveste um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem.
É um laço que liga a alma ao corpo, de natureza semi-material, para que os dois possam se comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.
Bem claro está que o corpo não é mais do que envoltório. Repetindo, vê-se que a alma tem dois invólucros: um, sutil e leve , é o primeiro, do qual tratamos - o períspirito; outro , grosseiro, material e pesado, o corpo físico. A alma é o centro de todos os envoltórios, como o germe em um núcleo. O períspirito é retirado das propriedades materiais do mundo, onde o Espírito se encontra vinculado e espelha a mente em sua grandeza ou deficiência.
Este corpo espiritual é descrito por Leon Denis no livro No Invisível como “ corpo fluídico anterior à vida atual, inacessível à destruição pela morte. Admirável instrumento que para si mesma a alma constrói e que aperfeiçoa através dos tempos; é o resultado de seu longo passado.”
Na conformação íntima do corpo perispiritual estão os registros das conquistas e delinquências das experiências do Espírito nas vidas do plano físico e da dimensão espiritual.
Allan Kardec, em A Gênese, informa que “o perispírito se modifica com o progresso moral que o Espírito realiza em cada encarnação.”
É a matriz ou modelo organizador do corpo material. Seus registros definem as características de um novo corpo, a cada experiência reencarnatória.
Conhecendo suas propriedades, você entenderá os inúmeros fenômenos, absolutamente naturais, que ocorrem, constantemente, como sua capacidade de luminosidade, densidade, tangibilidade, sensibilidade global e magnética, expansibilidade, odor entre outras, permitindo as manifestações fenomênicas através dos tempos, entre aparições e materializações que trazem a reflexão sobre a natureza das causas espirituais da vida e nos leva a indagar: será que eu acredito em Espíritos?
(Elzi Nascimento – psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta - pedagoga – especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: iopta@iopta.com.br (062) 3251 8867)