Podcast
Webstories
Facebook
Twitter
E-mail
Linkedin
Telegram
Atrás nas pesquisas de intenção de voto, o deputado federal Professor Alcides (PL) perdeu a oportunidade de conquistar eleitores em um debate truncado e de muitas acusações no domingo, 20.
Em encontro na TV Anhanguera, após o "Fantástico", sobrou para o eleitor que conseguiu adentrar a madrugada: ele não teve oportunidade de compreender questões como equilíbrio fiscal do município, investimentos em saúde e educação.
Alcides tentou provar que Leandro Vilela (MDB) não mora em Aparecida de Goiânia, como se este fator fosse determinante na escolha dos votos - o que pesquisas qualitativas realizadas no município não evidenciam. Existe cada vez menos preocupação com esse bairrismo gerencial - vide o deslocamento de diversos candidatos entre cidades goianas, caso de Maguito Vilela e Vanderlan Cardoso, que disputaram as eleições de 2020, em Goiânia, sem nenhum questionamento sobre isso. Os dois foram prefeitos de outras cidades. E em nenhum momento veio à tona tal questionamento.
Não tem sido diferente em 2024.
As respostas lacônicas de Leandro - afinal, ele comprovou o domicílio eleitoral na cidade e tem seu nome nas urnas - deixaram o ambiente em silêncio. Alcides voltou a questionar Leandro sobre os interesses de sua coligação com Aparecida, como se fossem 'forasteiros'. Leandro é do mesmo grupo de Maguito Vilela e Gustavo Mendanha, prefeitos por dois mandatos no município. Ou seja, é o mesmo grupo de gestores da cidade nas últimas duas décadas.
Sem trégua para discutirem problemas pontuais da cidade, Leandro questionou Alcides por sua demissão como professor da rede pública estadual e o anúncio de execução de dívida com o Banco do Brasil referente às suas propriedades.
Por poucos minutos, o debate se concentrava, de fato, nos problemas do município - como o desempenho das escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em que a cidade não figura bem sequer na lista dos melhores municípios goianos.
Os dois trataram do tema, cientes de que Aparecida precisa melhorar muito os índices. Sem, contudo, buscarem apresentar soluções concretas - como, por exemplo, o investimento no reforço de disciplinas ou manejo da carga horária.
Diante tantas alfinetadas, o debate não teve repercussão no dia seguinte, talvez devido ao horário em que foi transmitido - ou mesmo desinteresse no assunto. É preciso dar ao encontro o horário merecido, em que trabalhadores, estudantes e a grande maioria da população possa ver quem disputa o poder que eles concedem.
Do jeito que terminou, parece que pouco impacto se dará nas eleições, com liderança de Vilela, que virou nas urnas e segue em primeiro nas pesquisas. É fato: a ausência nos debates prejudicou o candidato do PL no primeiro turno. Portanto, ir no encontro ao menos suavizou o grave erro da estratégia adotada no início da disputa. Que o equívoco fique registrado na história da política goiana como capítulo de aprendizado e cidadania política.
