O presidente interino do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Glauco Wamburg, foi destituído do cargo e a decisão foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (5/7). Em seu lugar, assumirá temporariamente o atual diretor de Orçamento, Finanças e Logística da autarquia, Alessandro Stefanutto.
A exoneração aconteceu após uma denúncia sobre os gastos excessivos de Wamburg com passagens e diárias para viagens, supostamente caracterizando uma "farra das passagens", principalmente para o Rio de Janeiro, onde ele possui residência fixa.
Wamburg havia sido nomeado para o cargo em fevereiro deste ano pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT). Rumores sobre sua demissão circulavam no governo desde o início da semana.
Auxiliares de Lupi afirmam que outro motivo para a demissão foi o conflito entre a equipe de Wamburg, que é servidor de carreira do INSS, e a equipe do ministro.
O INSS, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões a cerca de 37 milhões de cidadãos, foi afetado pelos cortes do governo federal no final do ano passado.
As denúncias sobre as "farra das passagens" relatam que as justificativas para as viagens entre Brasília e Rio de Janeiro, presentes no Portal da Transparência, eram supostamente relacionadas a compromissos oficiais e de interesse da autarquia federal. No entanto, muitos desses compromissos não foram devidamente cumpridos por Wamburg.
Após uma investigação, conforme denúncias de servidores, que sugeriam que o então presidente do INSS criava reuniões fictícias para justificar suas viagens ao Rio de Janeiro e ministrar aulas de direito previdenciário em uma faculdade particular, a Universidade Santa Úrsula, em Botafogo, zona sul carioca.
Foi confirmado a grade horária do professor Wamburg, constatando que ele dava aulas nos quatro horários, entre 18h30 e 22h30, todas as segundas-feiras. A "farra das passagens" promovida por ele se tornou um tema recorrente nas conversas entre os servidores do INSS.
No total, durante o período analisado pela coluna, as passagens aéreas custaram cerca de R$ 65 mil aos cofres públicos. Desse montante, mais de R$ 15 mil foram destinados a Wamburg em diárias para suas viagens.